SEM EVENTOS ATÉ O FIM DO ANO, ARENA DA AMAZÔNIA TEM PREJUÍZO MILIONÁRIO
Estádio da Copa já acumula déficit de R$ 3,2 milhões e
pode fechar o ano com prejuízo superior a R$ 4 milhões.
No domingo passado (13), o
Nacional saiu da Série D do Brasileiro após uma eliminação precoce na primeira
fase. A despedida do Leão da Vila na vitória, por 2 a1, sobre o Náutico-RR, na
Arena da Amazônia, praticamente zerou, neste ano, o calendário de eventos
esportivos no estádio de Manaus, que, em 2016, receberá o torneio de futebol
dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Até o momento, não há nenhum jogo ou
evento não-esportivo confirmado para a Arena, até o fim do ano.
Apesar da redução pelo
Governo do Amazonas, em maio, das despesas mensais, de R$ 1,4 milhão para R$
780 mil, para os serviços de limpeza e manutenção da Arena da Amazônia, os
estádios da Colina e Carlos Zamith, e mais quatro complexos esportivos, a conta
da Fundação Vila Olímpica (FVO), administradora dos locais, segue no vermelho.
Com os eventos deste ano na Arena, até o momento, a FVO teve uma arrecadação
total de R$ 462.092, 50, porém, as despesas até setembro no estádio foram de R$
3,750 milhões gerando um rombo de R$ 3.287.907,50.
Este prejuízo deve
aumentar para 4.337.907,50, até o final do ano, se mais nenhum outro evento for
confirmado no estádio. “O Governo deve tratar a Arena como mais um filho, as
despesas de manutenção e segurança que tem no estádio tem nas outras
secretarias e bens públicos do Estado. Em nenhum local desses é considerado
prejuízo, apenas a Arena pela imprensa”, defendeu o diretor-presidente da FVO,
Aly Almeida. “Não podemos chamar isso de investimentos?”, questionou.
Com um jogo incerto da
Série A do Brasileiro, em negociação para o dia 4 de outubro, e apenas um show
previsto, o festival Arena Rock Fest, no dia 21 de novembro, o palco da Copa do
Mundo, em 2014, não tem mais nenhuma programação agendada, neste segundo
semestre. Caso os dois eventos se confirmem, a FVO prevê gerar R$ 280 mil com a
Arena da Amazônia. Seriam R$ 160 mil da partida do Brasileirão, com um público
de 30 mil pagantes, e R$ 120 mil para o show, com 40 mil ingressos vendidos.
Mas esta última
arrecadação somada deste ano, de R$ 280 mil, cobre 80% das despesas com
manutenção (R$ 200 mil) e segurança (R$ 150 mil) do estádio, que correspondem a
R$ 350 mil mensais. Esta é a estimativa do presidente da FVO que, pela primeira
vez, especificou os custos fixos do Governo do Estado com a Arena, que tinha
gastos previstos de R$ 500 mil, por mês, antes dos cortes pelo Estado.
No período pós-Copa no ano
passado, a programação de eventos na Arena era ocupada, praticamente, todo mês.
A perda do interesse dos empresários de shows e dirigentes de grandes clubes do
País pelo estádio é, para Almeida, um reflexo da crise econômica.
Estudo
Em 2014, a empresa
internacional de consultoria Ernst & Young (EY), com sede em Londres,
realizou um estudo de viabilidade, encomendado pelo Governo do Amazonas no
valor de R$ 1 milhão, sobre a melhor forma para gerir a Arena da Amazônia sem
altos custos para o erário. Uma das propostas era de concessão para empresas
privadas ou consórcios.
O presidente da FVO
revelou desconhecer o estudo da EY. “Eu desafiei a Ernst & Young, quando
estive, há 100 dias, no Rio de Janeiro (filial), que se tivessem uma empresa
para assumir o estádio, entrego hoje o local. Ou daqui a 30 dias ou até final
do ano, mas, até hoje, não temos. Se o Maracanã não tem, acha que um investidor
vai preferir a Arena da Amazônia, com um futebol de Série D?”, indagou Almeida,
ao ignorar que o estádio carioca é gerido pelo Consórcio Maracanã, formado por
empresas privadas.
Para o gestor da Fundação
Vila Olímpica, existem duas alternativas para acabar, ou reduzir, as despesas
com a Arena da Amazônia. “A primeira solução é uma grande empresa tomar conta
da Arena, sendo que não passei dez anos fazendo estudo como a Ernst & Young
e nem atrás de projeto milionário. Falo pela minha experiência de gestão.
A segunda proposta seria o
Estado, através da FVO, vender espaço publicitário na frente da Arena
contratando com licitação uma agência para isso. Quem não quer fazer propaganda
na frente da Arena? Onde passam, aproximadamente, 300 mil carros”, acredita Aly
Almeida.
Fonte/Foto:
Diogo Rocha – Diário do Amazonas – d24am/Nathalie Brasil
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