VENDA DE TUCUMÃ E QUEIJO É SUSPENSA APÓS 40 PESSOAS PASSAREM MAL, EM PARINTINS-AM
Famílias inteiras e funcionários de um hotel que
comeram os alimentos durante um café da manhã especial em homenagem ao Dia dos
Pais passaram mal e foram encaminhadas ao hospital
A comercialização de
queijo coalho e de tucumã foi suspensa por tempo indeterminado em Parintins (a
325 quilômetros de Manaus). A decisão foi tomada pela Vigilância Sanitária do
Municipal na segunda-feira (10), após 40 pessoas darem entrada nos dois
hospitais do município com sintomas como febre, vômito, diarreia e desmaio no
domingo (9), depois que ingeriram os alimentos durante um café da manhã
especial em homenagem ao Dia dos Pais, em um hotel do município.
Em 2013, nove pessoas, de
duas famílias de Parintins, deram entrada nos hospitais depois de terem comido
tucumãs comercializados em uma feira do município. Na ocasião, uma estudante de
17 anos morreu.
A coordenadora de
Vigilância Sanitária, Ianne Nunes, informou que famílias inteiras deram entrada
nos hospitais Jofre Matos Cohen e Padre Colombo Diocese, no início da tarde de
domingo.“Foram 18 pacientes no Padre Colombo e 22 no Jofre Cohen, com febre,
vômito, diarreia, mal estar no corpo e algumas ainda chegaram a desmaiar,
devido a intoxicação. Alguns ficaram internados outros receberam atendimento e
foram liberados para ser medicados em casa. Muitos que deram também nos
hospitais, estavam no hotel Amazon Ríver Resort, inclusive funcionários que
ingeriram os alimentos também foram para o hospital”, disse.
“Todos eles fizeram o
consumo de queijo coalho e tucumã, devido a data comemorativa do Dia dos Pais,
quando prepararam um café da manhã especial. Muitos conseguiram adquirir o
produto principalmente nas feiras, outros conseguiram através dos vendedores
ambulantes”, afirmou a coordenadora.
Fiscalização
Após ser informada sobre o
surto, a coordenadora e uma equipe com quatro fiscais da Vigilância Sanitária
fizeram uma vistoria nas feiras e mercados de Parintins.
“Pelo aspecto que vimos no
queijo coalho, o produto estava aparentemente bom, mas alguns tucumãs
apresentaram um aspecto ressecado e apodrecido. Colhemos informações de onde
compraram os alimentos e fomos atrás dos feirantes e vendedores. Como não
conseguimos encontrar alguns, demos continuidade ao trabalho na segunda-feira”,
relatou Ianne.
“Além irmos até as feiras
e mercados colher amostras, fomos até o hotel e nos deram aproximadamente um
quilo de queijo coalho e umas 15 unidades de tucumãs, e colocamos as amostras
dentro de uma caixa de isopor refrigerada e enviamos pra Manaus, para serem
analisados. Ao todo foram 45 unidades enviadas”, disse.
Conforme a coordenadora,
preliminarmente, foi possível avaliar que os alimentos não estavam propícios
para o consumo. As amostras já foram enviadas para o Laboratório Central de
Saúde Pública do Amazonas (Lacen) e ainda não há previsão de quando o resultado
do exame será divulgado.
O secretário de Produção
de Parintins, Samarone da Silva Moura, disse já estar acompanhado o caso. A
pasta de produção é que administra as duas feiras públicas e os três mercados
do município.
“Estamos orientando
produtores e colhendo informações, o que é um trabalho de rotina, sobre
procedência do alimento, de qual região vem", disse.
“Como se trata em consumo
de alimento, sempre estamos monitorando de como que ele é manipulado,
armazenado, onde é guardado, como é feito também nas propriedades de outros
produtores”, afirmou o secretário.
Contaminação
Há dois anos, nove
pessoas, de duas famílias, deram entrada nos hospitais de Parintins depois de
terem comido tucumã, comercializado em uma feira do município. A estudante
Karina Fonseca, que tinha 17 anos, morreu. À época, houve desconfiança de que o
alimento estivesse contaminado com carbureto de calcio, que, apesar de tóxico,
é usado para amadurecer o fruto mais rapidamente.
Técnicos da Fundação
Vigilância em Saúde (FVS), no entanto, descartaram que os tucumãs estivessem
contaminados com o produto químico e apontaram a falta de higiene no
processamento e armazenamento do alimento como as responsáveis pela morte.
Fonte/Foto:
Kamyla Gomes – A Critica/Márcio Silva


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