RIO AMAZONAS: VAZANTE LENTA PODE TRAZER ENCHENTE RIGOROSA



Cheia em 2016 pode alcançar níveis elevados
A vazante lenta do Rio Amazonas dá indicativos de uma enchente rigorosa em 2016. As águas descem vagarosamente e se aproxima do tempo de uma nova cheia. Marinha e Defesa Civil apontam que o baixo nível de refluxo aliado a fortes chuvas causam uma elevação maior na superfície dos rios. As entidades acompanham a régua fluviométrica e as áreas afetadas pelas águas. Na quarta-feira, 19, o Amazonas apresentava 7,68m de elevação, apenas quase dois metros de vazão.
No dia 29 de maio o rio Amazonas alcançou a marca de 9,12 metros, porém apresentou oscilações de 9,16 metros, registrada nos dias 9 e 16 de junho, no conhecido repiquete. Os números apontam para uma descida das águas de 1,44m, o que é considerado pouco pela Defesa Civil e Marinha.
Em comparação ao ano passado, a vazante é menor, uma vez que nesta mesma data (19 de agosto) o rio Amazonas apresentava 7,84 metros, ou seja, 1,55 metros de vazão. Se comparado a 2012, ano de maior enchente recente (9,30 metros), as águas desceram, na mesma data, mais de dois metros e meio.
O comandante da Agência da Capitania dos Portos da Marinha em Parintins, Capitão Giovani Andrade, informa que a nova cheia começa na primeira quinzena de novembro. Porém, ele afirma que para uma cheia rigorosa é preciso analisar outras variáveis como a quantidade de chuva na região e o nível dos rios Madeira, Solimões e Negro. Até novembro não dá para ter certeza sobre uma enchente de grandes proporções. Segundo ele, até janeiro e fevereiro será possível ter dados mais precisos sobre a cheia de 2016.
O comandante informa que diariamente são registrados os números da vazante. “Esse ano está muito lenta em relação ao ano passado. Está na faixa de dois ou três centímetros. Tem dia que dá pico de quatro ou cinco centímetros por dia, mas isso mostra que está sendo lento”, informa.
No entanto, o comandante reforça que os dados de hoje não são suficientes para afirmar que em 2016 a cheia será intensa. “Ano passado teve pouca vazão, mas por outro lado teve pouca chuva”, explica. Giovani Andrade acredita que até final de outubro o rio deve vazar mais ou menos de 40 a 60 centímetros”, prevê.
Afetados
Segundo o coordenador da Defesa Civil em Parintins, Jofre Lima, agricultores, pecuaristas e demais famílias que moram na várzea serão os mais afetados pelas pela enchente e lenta vazão dos rios.
Agricultores precisam das terras férteis para plantar, pecuaristas e criadores ainda não podem levar os animais para os pastos da várzea e muitas famílias vivem de forma improvisada em casa de amigos e parentes esperando as águas baixar.
Lima informa que na primeira etapa de entrega de kits emergenciais sete comunidades da região do Paraná do Limão foram atendidas. Na segunda etapa, próxima semana, Governo Federal e Prefeitura de Parintins devem dar continuidade na distribuição do benefício. Cerca de 32 comunidades serão atendidas com a ajuda humanitária.

Fonte/Foto: Eldiney Alcântara – reporterparintins.com.br

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