POLÍCIA DO PARÁ PRENDE 12 POR FRAUDES EM CRÉDITOS FLORESTAIS
A operação “Amazônia
Legal”, realizada em conjunto pela Polícia Civil do Pará e a Semas (Secretaria
de Estado de Meio-Ambiente e Sustentabilidade) desarticulou, no sábado (22), um
esquema de fraudes na compra e venda de créditos florestais de empresas
cadastradas no Sisflora (Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos
Florestais), da Semas; e no Sisdof (Sistema de Controle Florestal), do Ibama. A
informação é do blog do Evando Corrêa.
No total, 12 pessoas foram
presas nas cidades de Belém, Santarém, Redenção, Tucuruí, Uruará e Novo
Progresso, no Pará; Maceió, em Alagoas; e no município de Itinga, no Maranhão.
No Leia Mais, abaixo, veja quem foi preso.
Além dos mandados de
prisão preventiva, a Justiça expediu mandados de busca e apreensão em
domicílios nessas cidades.
O trabalho investigativo
teve início após o homicídio de Ananias Alex Silva dos Santos, na cidade de
Uruará, em 27 de fevereiro deste ano, por volta de 15h30.
A vítima era um empresário
do ramo madeireiro e atuava como “papeleiro”, responsável em realizar
transações ilegais com diversos outros “papeleiros” também envolvidos no
esquema que “esquentava” madeira obtida de áreas que não podem ser defloradas.
Foram presos Itamar Gomes
de Vasconcelos, em Maceió; Paulo Sérgio da Silva, vulgo “Paçoca”, em Redenção;
Willian Augusto Ribeiro de Andrade, em Tucuruí; Almir de Sousa Gomes, em Itinga
(MA); Wellington de Oliveira Silva, em Itinga (MA); Marcello Gomes Tartaglia,
em Tucuruí; Enio Jouguet Barbosa, em Belém; Charles Andrey Mezetti, vulgo
“Cabeção”, em Santarém; César de Paula Cordeiro, apelidado de “Koko”, em Novo
Progresso; Sidnei Gomes, de apelido “Animal”, em Belém; Eudemberto Sampaio de
Souza, de apelido “Beto”, em Uruará, e Elton Junior Santos de Castro, em
Uruará. Estão foragidos Dionízio Pereira Filho Viana e Josiel Borgui Paulo.
Com a apreensão do
aparelho telefônico de Ananias, foi possível identificar que a vítima agia para
identificar empresas bloqueadas no Sisdof, administrado pelo Ibama; e no
Sisflora, administrado pela Semas, com grande volume de créditos florestais
disponíveis. As investigações mostravam que Alex providenciava o desbloqueio
das empresas de forma fraudulenta através de Josiel Borghi Paulo, morador de
Goianésia do Pará.
As investigações mostram
que Josiel foi o responsável em contratar um “cracker” para invadir e clonar as
senhas de superintendentes regionais do Ibama em Belém e em Marabá, e outro no
Rio Grande do Sul. Segundo a delegada Juliana, com as senhas “raqueadas”, foi
possível o desbloqueio de empresas para acesso aos sistemas.
Ananias Alex tinha como
sócios, nas madeireiras desbloqueadas, Elton Junior e Dionízio Pereira Filho
Viana, de Tailândia. Tanto Elton quanto Dionizio atuavam na venda de créditos
para outras empresas que necessitavam de guias florestais para acobertam
madeira extraída de locais proibidos por lei.
As investigações mostraram
ainda que a associação criminosa é formada por Ananias e os demais acusados,
além de outros até o momento não identificados. Após o desbloqueio das
empresas, a organização criminosa, cada qual através de sua respectiva empresa
madeireira, vendeu créditos para diversas empresas, tendo sido possível
identificar apenas alguns dos compradores.
Ao todo, foram 23 empresas
desbloqueadas acarretando a movimentação ilegal de 28.365,06 metros cúbicos e
um total de R$ 10.736.715,66. A organização criminosa investigada possui
atuação inclusive nos estados do Mato Grosso, Maranhão e Alagoas, cujos integrantes
estão estruturados ordenadamente, voltados à prática do crime de estelionato,
falsidade ideológica, uso de documento falso, lavagem de dinheiro, transporte
ilegal de madeira, associação criminosa, entre outros crimes. As investigações
prosseguem para chegar aos demais envolvidos no esquema criminoso.
Fonte/Foto:
Jeso Carneiro
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