ESTADO QUER COMPENSAÇÃO POR MINERAÇÃO NO PARÁ
Governador discutiu com parlamentares o novo marco
regulatório do setor
O governador Simão Jatene
se reuniu ontem (26), em Brasília, na Câmara dos Deputados, com as bancadas
federais do Pará, Bahia e Minas Gerais, para discutir o novo Marco Regulatório
da Mineração. O debate foi presidido pelo deputado Fabinho Ramalho (PV-MG) e
contou com a presença do relator do projeto do novo código, o deputado federal
Leonardo Quintão (PMDB-MG), que tem sido criticado pelas propostas apresentadas
até agora e pela demora em colocá-lo em votação. Segundo a maioria dos
parlamentares presentes, o relatório não recompensa estados e municípios
adequadamente pela extração de riquezas minerais em seus territórios.
Prefeitos de municípios
mineiros presentes à sessão deram depoimentos contundentes sobre a crise
financeira em suas administrações. A maioria via no novo código uma chance de
receber uma compensação mais justa pela exploração de riquezas por parte das grandes
mineradoras. Leonardo Quintão defendeu seu projeto. com a alegação de que a
demora em votar e aprovar o novo código só vai piorar a situação dos
municípios.
Há cerca de R$ 50 bilhões
não investidos pelas empresas e cerca de dez mil novos projetos parados
aguardando a aprovação do código, disse o deputado. Em uma reunião anterior, na
mesma Câmara dos Deputados, na Comissão de Minas e Energia, foi feita uma
tentativa de leitura do novo projeto e encaminhamento para votação, barrada por
um pedido de vista do deputado paraense Joaquim Passarinho (PSD). “Não posso
ler e aprovar um projeto em uma semana”, disse o deputado. “Para quem começou
um mandato esse ano, é insensato aprovar um projeto que vem sendo discutido há
anos”, completou.
Na reunião das bancadas, o
senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) lembrou ao deputado Leonardo Quintão que o Pará
é o Estado mais penalizado com o atual código mineral e admitiu que não gostou
do que leu ao analisar o novo código. “Esse projeto está mais preocupado com as
mineradoras, enquanto deveria se preocupar com o bem-estar da sociedade”,
criticou. Para Flexa Ribeiro, a alteração dos atuais 50% para 20% do montante
devido a título de CFEM (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais)
acaba de vez com a esperança de estados e municípios de serem honestamente
recompensados pela exploração mineral.
Para o governador Simão
Jatene, o relatório apresenta avanços, como a inclusão de municípios não
mineradores nas compensações pela exploração, mas em vários pontos, destoa da
realidade de estados e municípios. O governador provou, mostrando números, o
quanto a exploração mineral no Pará, ao longo dos anos, só trouxe benefícios às
empresas. Em 1990, disse o governador, a exploração mineral no Pará
representava 3% do PIB e representava 16% do nosso ICMS em termos de
arrecadação. Em 2012, disse Jatene, o
PIB com a exploração mineral já alcançava a marca de 26%, enquanto que o ICMS
arrecadado mal chegava a 3%.
Para Jatene, a mineração
tem que ser um vetor de desenvolvimento regional e não só marcar pontos na
balança comercial do país. Jatene disse às bancadas federais paraense, mineira
e baiana que o momento não é de recuar. “Temos que debater mais e mais e, se
não der pra avançar positivamente na votação, o avanço pode ser conseguido
direto no CFEM. Sem a ajuda de estados e municípios, o Brasil não sairá da
crise e esse novo código precisa ser revisto, em nome de um pacto federativo
que funcione e beneficie a todos”, concluiu o governador.
Fonte/Foto:
O Liberal/Divulgação


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