EM TRÊS FINAIS DE SEMANA, MAIS DE 60 PESSOAS FORAM ASSASSINADAS EM MANAUS
Até o delegado titular da DEHS, Ivo Martins (foto), que
estava de férias e retornou ontem (10), se assustou com o número. Ele passou a
manhã reunido com 22 investigadores conversando sobre as mortes
Manaus vem se revelando
com uma das capitais mais violentas do Brasil. Computando apenas os últimos
quatro finais de semana, 61 pessoas foram assassinadas. Até o delegado titular
da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), Ivo Martins, que
estava de férias e retornou ontem, se assustou.
Ele passou a manhã
reunido, individualmente, com os 22 investigadores que estão sob seu comando,
para tentar retomar o domínio da situação, tarefa não muito fácil.
Um dos crimes que chocou a
população foi o assassinato de um garoto de 11 anos, na madrugada do último
domingo no conjunto residencial Viver Melhor 2, no bairro Lagoa Azul, Zona
Norte. Ele estava com a família num arraial folclórico, na rua Conquista,
quando foi atingido no peito por um disparo de escopeta, numa troca de tiros
entre traficantes que atuam na região.
Sobre o caso, o delegado
disse que está investindo todos os recursos possíveis para prender o culpado.
“Neste momento (ontem) estamos com duas equipes no local do crime, levantando
informações sobre o caso. É possível que esse caso tenha a ver com o tráfico de
drogas, mas até agora não dá para fazer nenhuma afirmação nesse sentido, embora
não seja a primeira ocorrência no Viver Melhor relacionada com esse tipo de
coisa. Infelizmente já tivemos outros casos iguais naquele residencial”, afirma
o delegado.
Sobre os 13 homicídios e
três latrocínios ocorridos no último final de semana, o delegado disse que
recebeu o relatório de suas equipes de investigação, ficou surpreso com o número
de casos fatais, mas vai investir forte para elucidar todos.
“Estamos investigando
todos, sem distinção e ao mesmo tempo, para chegar à autoria desses fatos e dar
uma resposta à sociedade e às famílias das vítimas”, garante Martins.
Como profissional da área
policial, Ivo Martins acredita que são vários os tipos de motivações para
tantas mortes, algumas relacionadas ao tráfico de drogas, crimes contra o
patrimônio, latrocínio (roubo seguido de morte), dentre outros.
“O trabalho no local do
crime foi feita, as testemunhas estão depondo e a gente está dando sequência à
investigação. Equipes estão nos locais, tentando colher mais informações para
que possamos chegar à autoria dos crimes”, afirma o delegado.
Ameaças
Comandando uma delegacia
que cuida diretamente de crime, Ivo Martins confessou que anda com segurança,
mas não tem medo das muitas ameaças que recebe. “Já sofri muitas ameaças, mas
gosto do que faço, fui preparado pra isso, minha família vive aqui, foi o lugar
que escolhi pra morar e não tenho medo de ameaças”, garante o delegado.
Mortes em série ainda sob suspeita
Com relação às mortes que
ocorreram em Manaus nos dias 17, 18 e 19 de julho, quando deram entrada no
Instituto Médico Legal (IML) 35 corpos vítimas de violência, o delegado da
DEHS, Ivo Martins, não deu números de casos apurados, mas disse que muitos
foram elucidados.
“Nossas equipes de
investigação esclareceram vários casos, só não posso adiantar quantos. Os que
não foram, estão perto de serem. Te garanto uma coisa, a maioria está
relacionado ao tráfico de drogas”, assegura
o delegado.
Levanta suspeita e chama a
atenção o fato de poucos parentes das vítimas terem procurado a delegacia
especializada para registrar ou reclamar qualquer situação, nem verbalmente,
nem por meio de Boletim de Ocorrência (BO).
“Isso dificulta o
trabalho, mas não significa dizer que a gente não continua investigando”,
conclui.


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