MINISTÉRIO PÚBLICO INVESTIGA SUSPEITA DE FRAUDE NO 50º FESTIVAL FOLCLÓRICO DE PARINTINS-AM
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Apuração dos votos do 50º Festival Folclórico de Parintins |
Promotores de Justiça Flávio Mota Morais Silveira e
Yara Rebeca Albuquerque Marinho de Paula assinam procedimento investigatório
que foi publicado no Diário Oficial dia 1º de junho
O Ministério Público do
Amazonas (MP-AM) abriu um procedimento investigatório criminal para apurar uma
denúncia de fraude no 50º Festival Folclórico de Parintins, ocorrido nos 26, 27
e 28 de junho, e que teve como vencedor o boi bumbá Caprichoso. No festival, as
agremiações folclóricas Garantido e Caprichoso se apresentaram na arena do
Bumbódromo, em Parintins.
O procedimento
investigatório n° 002/2015 foi instaurado pelo MP-AM no mesmo dia da apuração
dos votos dos jurados, ocorrida na segunda-feira (29), mas só foi publicado no
Diário Oficial do MP-AM de quarta-feira (1º), através da Portaria n°
006/2015-1ª e 2ª PJPIN, assinada pelos promotores de Justiça Flávio Mota Morais
Silveira e Yara Rebeca Albuquerque Marinho de Paula.
Conforme o texto, será
apurada uma “suposta fraude no resultado do 50º Festival Folclórico de Parintins,
envolvendo suposta malversação do dinheiro público e suposta prática de
interceptação de comunicação telefônica em desacordo com a Lei n° 9.296/96”,
tendo como vítima a sociedade.
No último dia do festival,
domingo (28), veio a público um áudio onde dois supostos dirigentes do boi
bumbá Caprichoso – o presidente do Conselho de Artes, Chico Cardoso e Armando
do Valle – e uma terceira pessoa identificada como Kid conversam sobre um esquema
de favorecimento à agremiação no 50º Festival, por meio de aliciamento de
jurados. Tanto Chico quanto Armando são ex-membros do boi bumbá Garantido.
Nota de repúdio
A Diretoria da Associação
Folclórica Boi-Bumbá Caprichoso divulgou uma nota, no domingo (28), sobre as
denúncias de esquema para compra de votos no festival. “Repudiamos as denúncias
ao renomado artista Chico Cardoso, contratado desta Associação, na função de
teatrólogo, ao mesmo tempo em que refuta qualquer vínculo desta Associação em afronta
à lisura do Festival Folclórico de Parintins”, diz na nota.
Na mesma nota, a
Associação também informou que qualquer suposta atitude ilícita cometida por
Chico Cardoso não tem qualquer relação com a diretoria do Caprichoso e a
associação em geral. “O cidadão Francisco Cardoso não faz parte da diretoria do
Caprichoso, não podendo, portanto, firmar compromissos em nome da Associação”.
Chico Cardoso
Chico Cardoso também
divulgou uma nota nas redes sociais se pronunciando sobre o envolvimento dele
no suposto esquema de fraude. “Estou disposto a esclarecer judicialmente todos
os questionamentos que giram em torno dessas gravações ilícitas e manipuladas
que imprimem uma fantasiosa ideia de compra de jurados. Quero dizer que se
trata de uma montagem grosseira e criminosa, mas que já tomei as providências
cabíveis”, disse.
“Não houve compra ou
manipulação de jurados e muito menos pedido para derrota de A ou B, inclusive
com declaração coletiva dos jurados, que será anexada à peça que impetrei
contra a diretoria irresponsável do Boi Garantido”, continuou Chico.
Pedido de anulação
Por conta dos áudios
divulgados e da suspeita de fraude, a Associação Folclórica Boi-Bumbá Garantido
chegou a pedir o cancelamento das três noites do 50° Festival de Parintins na última
segunda-feira (29), horas antes da apuração das notas. A Comissão Organizadora
do Festival indeferiu o pedido e leu um manifesto em defesa da lisura do corpo
julgador. “Precisamos pensar numa nova maneira de trazer jurados para o
festival. Queremos que haja conscientização do Governo do Estado, dos
patrocinadores e dos órgãos competentes”, declarou o presidente do Garantido,
Adelson Albuquerque.
Fonte/Foto:
A Critica/Divulgação
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