FIM DO FENÔMENO DA POROROCA NO AMAPÁ SERÁ INVESTIGADO PELO MPF
O órgão apura a
responsabilidade dos pecuaristas da região e também do estado em relação ao
impacto ambiental na região
O
fim do fenômeno da pororoca na bacia do rio Araguari, no extremo Leste do Amapá
será investigado pelo Ministério Público Federal. O órgão apura a
responsabilidade dos pecuaristas da região e também do estado em relação ao
impacto ambiental. As informações são do G1 Amapá.
O
levantamento do ministério baseia-se no descumprimento de normas previstas em
um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) assinado em 2010 entre os fazendeiros da
região e o Instituto Chico Mendes da Conservação da Biodiversidade (ICMBio). No
termo, os proprietários deveriam cercar as fazendas para evitar a criação
desordenada dos animais. "Um TAC é um título executivo judicial e pode
gerar uma ação de execução na justiça. As obrigações não cumpridas podem vir a
ser executadas no judiciário. Independente disso, todos aqueles que
contribuíram para o dano ambiental podem ser responsabilizados", detalhou
Thiago Cunha, procurador da República.
Quanto
às ações externas ao acordo, o MPF crê que houve um licenciamento ambiental
"defeituoso" por parte dos órgãos de liberação, onde condicionantes
mínimas foram ignoradas para a permissão de uma atividade de alto risco ao
ambiente. "Todos os danos ambientais apurados podem ser imputados a esses
criadores de até mesmo ao estado que colaborou sendo omisso", reforçou.
Impactos
atuais
A
reportagem mostrou também que o fim da pororoca dificultou o acesso pelo rio
para os ribeirinhos, provocou escassez de água pra consumo e teve impactos
também na pesca, já que algumas espécies de peixe não entram mais pela foz do
rio Araguari. Além disso, cercas estão sendo colocados sobre o rio onde ele
está secando para servirem como área de pastagem no futuro.
Danos
não calculados
O
ICMBio explica que a criação de búfalos soltos na região criou uma série de
canais ao longo da margem do rio Araguari, canais esses, que foram pouco a
pouco drenando o curso d'água para outras áreas, atingindo o rio Gurijuba,
pertencente a outra bacia hidrográfica, deslocando totalmente a foz do rio que
desaguava no Oceano Atlântico. Com a drenagem, a força necessária para formar a
pororoca acabou. "Estamos ligando duas bacias diferentes, as espécies de
peixes e todas as espécies que tinham numa bacia começam a migrar de um lado
para o outro. Coisas que não foram estudadas ainda e a gente ainda não tem
todas as dimensões do impacto que vai acontecer por conta desse tipo de
assoreamento e drenagem", antecipou Patrícia Pinha, chefe da Reserva do
Lago Piratuba, que engloba a região da foz do Araguari.
Fonte/Foto: Portal Amazônia


Nenhum comentário:
Postar um comentário