POLÍCIA FEDERAL INVESTIGA QUEDA DE AVIÃO COM AMAZONENSES A BORDO, ABATIDO POR CAÇAS NA VENEZUELA
Informações sobre mortes dos dois ocupantes e os
motivos do abatimento da aeronave estão mantidos em sigilo, mas piloto já era
investigado desde 2014
Aeronave abatida na Venezuela tinha dois amazonenses a
bordo, com drogas e dinheiro
O superintendente da
Polícia Federal no Amazonas, Marcelo Resende, disse, ontem, que a PF
acompanha a apuração da aeronave,
modelo EMB-820-C foi derrubado a tiros nos céus da Venezuela no
último domingo e que resultou na morte
do piloto Klender Hideo de Paula Ida, 19, e Fernando Cesar Silva da Graca, 24,
além da apreensão de dinheiro e 616 pacotes de cocaína.
De acordo com Resende, as
informações conseguidas estão sendo mantidas em sigilo. Até o momento ainda não
é possível informar, com segurança, o nome do proprietário da aeronave e nem o dono da droga que estava
sendo transportada. “Nós estamos
trabalhando com muita cautela e há informações que nós ainda estamos
confirmando”, disse o superintendente. Marcelo Resende preferiu não dar maiores
detalhes sobre o trabalho que a Polícia Federal está fazendo relacionado ao
abate da aeronave.
Ele informou que Hideo era
investigado pela PF por meio de um inquérito instaurado no ano passado quando foi preso em flagrante usando
documentos falsos. Ele estava com permissão para pilotar vencida e usou o nome de uma outra pessoa. O
inquérito ainda não está concluído.
O ex-superintendente da
Polícia Federal Mauro Spósito, que participa de uma operação policial na
fronteira do Brasil com a Colômbia e o Peru, disse que a aeronave foi abatida e
desmanchou-se ainda no ar transformando-se em um amontoado de destroço, mas que
não chegou a explodir, permitindo que o carregamento de droga fosse recuperado
e os corpos preservados, embora quebrados.
Ontem, no aeroclube, o
diretor-presidente identificado como “Acioly da Silva” foi procurado para falar
sobre a aeronave e a informação dos
funcionários é que ele estava no local
participando de uma reunião e que não teria hora para sair. Na casa da
família de Hideo, na Redenção, Zona Centro-Oeste, os familiares preferiram não
falar sobre o caso. Um primo dele identificado como “Cleiton” disse que estavam
abalados e cansados. Ele informou, ainda, que o pai da vítima viajou para
Venezuela para acompanhar o trabalho da polícia e trazer o corpo do filho.
Até ontem, a informação
venezuelana sobre o abate da aeronave era que as autoridades teriam detectado o
avião brasileiro voando ilegalmente. Os tripulantes não teriam respondido às
tentativas de comunicação das Forças Armadas e resolveram abater a aeronave no
município de Ricaurte, departamento de Cojedes.
Pai de vítima foi preso em
2008
Fernando César é filho de
um empresário suspeito de financiar o tráfico de drogas e que foi preso em 2008
no município de Ananindeua, no Pará. A prisão fez parte da “Operação Muralha”,
desencadeada pela Polícia Federal em nove estados do País. Foram cumpridos 37
mandados de prisão e 29 de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Paraná,
Santa Catarina, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro,
Amazonas e Pará.
Esta foi a segunda prisão
do empresário; ele já havia ido para a cadeia por traficar 540 quilos de
cocaína. A família Graça é conhecida da polícia por integrar uma organização
criminosa ”Curica” que já dura mais de 30 anos. Antônio Mota da Graça o “Curica”,
tio do traficante e integrante da facção criminosa Família do Norte (FDN),
Gregório da Graça Alves, o “Mano G”, ou “Mano Greg” fugitivo da Justiça desde
março deste ano. José Graça é um dos primos de Curica.
Voo de instrução
A mãe de Klender Hideo,
Telma Silva de Paula, acredita na inocência do filho e negou que ele tivesse
envolvimento com o tráfico de drogas. “Meu filho trabalhava como piloto desde
os 19 anos. Se essa droga realmente estava com eles, eu acredito que foi uma sabotagem”,
afirmou ela, acrescentando que nenhum familiar conhecia o acompanhante do
filho, Fernando César. De acordo com
Telma, Klender deixou a capital na última sexta-feira para fazer um voo de
instrução.
“Ele disse que ia fazer um
voo de instrução em Itacoatiara, mas ficamos sem contato porque o Klender
esqueceu o celular em casa. Só ficamos sabendo do acidente ontem (terça-feira),
por amigos dele”. Muito emocionada, ela também contou que antes da viagem, o
piloto chegou a dizer que este seria o seu último voo, pois ele queria voltar a
estudar. “Ele disse que não estava tendo lucro com os voos e que estava decido
a voltar para a faculdade de Mecatrônica”, lembrou.
Fonte/Fotos:
Joana Queiroz – A Critica/ Divulgação - Ministério
para Relações Interiores, Justiça e Paz da Venezuela
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