ENQUANTO AS ÁGUAS DO RIO NEGRO SOBEM, O LIXO INVADE AS CASAS NAS ÁREAS RIBEIRINHAS DE MANAUS-AM
Os
moradores da comunidade Bariri, que esperam as obras do Prosamim chegar,
aguardam a subida do Rio Negro apreensivos
A grande quantidade de lixo jogada pelos
próprios moradores torna-se um tormento com a subida do rio. Além do perigo de
animais peçonhentos, o lixo também coloca em risco a saúde dos moradores
A grande quantidade de lixo jogada pelos
próprios moradores torna-se um tormento com a subida do rio. Além do perigo de
animais peçonhentos, o lixo também coloca em risco a saúde dos moradores
(Euzivaldo Queiroz)
Na área ribeirinha de Manaus, moradores estão
preocupados, pois junto com a subida da água há uma grande quantidade de lixo
nos igarapés. No bairro Presidente Vargas, Zona Centro-Sul, as famílias da
comunidade Bariri estão apreensivas, pois algumas casas que entraram no projeto
Prosamim permanecem no local e só serão deslocadas após a enchente.
De acordo com o comerciante Francisco Freitas,
56, a balsa que faz a limpeza está no
São Raimundo, Zona Oeste, mas não
atravessa para a comunidade.
A dona de casa Erinelza Damasceno, 56, passou
por quatro alagações no local. Ela fazia
planos de levantar outro piso mas com a
promessa do Prosamim não mexeu mais na estrutura da casa e agora teme que o
lixo atraia doenças e animais peçonhentos.
“A cheia vai ser grande e nós vamos ficar aqui
ilhados no meio do lixo, porque nem o pessoal da limpeza e nem a ponte
chega até aqui”, declarou.
Como o nível da água ainda está baixo, para a
comunidade a prioridade neste momento é a remoção da sujeira no igarapé. Eles
questionam se a prefeitura vai esperar que o lixo entre nas casas e aumente o
prejuízo das famílias para poder entrar em ação.
Quanto à denúncia sobre a grande quantidade de
lixo na área ribeirinha da cidade, a Secretaria Municipal de Limpeza Pública
(Semulsp), informou ao A CRÍTICA que todos os dias, 20 funcionários estão
fazendo a limpeza utilizando duas balsas, sendo uma no bairro de Educandos, Zona Sul, e outra no São Raimundo, Zona Oeste, além de
mais três canoas que percorrem as demais comunidades.
A secretaria destacou que diariamente são retirados em torno de três toneladas de lixo dos igarapés, mas que o
trabalho é uma ação contínua e que exige consciência coletiva, uma vez que
enquanto os próprios moradores continuam jogando lixo no igarapé, eles próprios
irão sofrer com as consequências. O órgão enfatizou, ainda, que os responsáveis
por boa parte do lixo são pessoas de
lugares mais elevados, que jogam os resíduos que descem para os igarapés.
Para os moradores, a informação não procede e
destacam que apesar dos problemas, precisam sobreviver em meio ao lixo.
Prefeitura e Defesa Civil vão reformar 37
pontes
Outro problema, segundo eles, é com relação à
construção das passarelas de madeira. Indignados, os moradores afirmam que se
quiserem sair para os seus compromissos, precisarão construir por conta própria
acesso das casas às pontes centrais. Desta forma, por falta de dinheiro, eles
utilizam restos de madeira, construindo
uma edificação fraca e permanecendo em risco de desabar no meio do lixo.
Assim, os moradores “se viram como podem”, é o
que afirma a aposentada Etelvina Alencar (74),
ela indaga que se a construção das pontes é para ajudar na locomoção das
pessoas, deveria ir até as residências,
e encerrou perguntando sobre os impostos tributados e as verbas que vem para o
município.
“Eu preciso fazer hemodiálise toda semana, aí
eles constroem a metade de uma ponte no meio da passagem, os carros não chegam
mais aqui. Eu sou idosa pra passar por baixo, tenho que fazer toda uma
caminhada até a outra esquina para poder ir pro hospital”, lamentou.
A construção da ponte na comunidade Bariri, no bairro Presidente Vargas, Zona
Centro-Sul, começou no ultimo sábado e
até o final desta edição não houve um retorno da Defesa Civil quanto ao prazo
de entrega da ponte e nem como as famílias serão assistidas.
De acordo com a Secretaria Municipal de
Infraestrutura (Seminf), 37 pontes irão receber obras de reforma e
ajustes, sendo que 11 delas são de competência da pasta e as demais da Defesa
Civil do Município.
Até este domingo (3), o município utilizou
recursos na ordem de R$ 221.850 para a aquisição de madeiras e pregos. O
município também conta com a doação de madeiras apreendidas pelas polícias
Civil e Militar.
Frase
"A cheia vai ser grande e nós vamos ficar
aqui ilhados no meio do lixo, porque nem o pessoal da limpeza e nem a ponte
chega até aqui". Erinelza Damasceno, Dona de casa.
Fonte/Foto:
Adália Marques – A Critica/Euzivaldo Queiroz
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