EM MANAUS-AM, ANDRADE GUTIERREZ APRESENTA NESTA QUARTA-FEIRA AO MPT A LISTA DE OBRAS PELAS QUAIS É RESPONSÁVEL
Empresa não informou
previsão de quando vai regularizar as condições de trabalho nos canteiros de obras
embargados desde segunda-feira
A empresa Andrade
Gutierrez no Amazonas deve apresentar nesta quarta-feira (27) ao Ministério
Público do Trabalho (MPT - 11ª Região) a lista de obras públicas e privadas das
quais é responsável pela execução. Todas ficarão interditadas por tempo
indeterminado, assim como as obras do Programa Social e Ambiental de Manaus
(Prosamim) do igarapé das Cacimbas, no bairro São Raimundo, Zona Oeste; igarapé do Mestre Chico, na Praça 14 de
Janeiro, Zona Sul; e do Bariri, na Zona Oeste, paralisadas pela Justiça desde
segunda-feira.
A decisão foi da 12ª Vara
Cível e de Acidentes do Trabalho da Comarca de Manaus, após o acidente que
provocou a morte do operário Sebastião Miranda Filho, no dia 18 deste mês, onde
a vítima trabalhava na demolição de um muro do Prosamim do São Raimundo. Na
ocasião, o muro tombou em cima do operário. Depois do acidente, um procurador
do MPT denunciou que a Gutierrez continuava a descumprir o acordo sobre normas
de saúde e segurança.
A procuradora-chefe do
MPT 11ª Região, Alzira Melo Costa,
explicou que, desde 2012, as obras da empresa são fiscalizadas. “Logo que
verificamos que havia negligência nas obras, providenciamos um Termo de
Ajustamento de Conduta (TAC) para que a empresa corrigisse as falhas”,
explicou.
Em 2014 foram registrados
dois casos de morte, somente durante a construção da Arena da Amazônia, feita
pela empresa. “A empresa não tem sido cuidadosa com as normas de saúde e
segurança voltadas para os trabalhadores, novamente tivemos que solicitar que
fosse readequado”, disse.
Como a obra era voltada
para um torneio mundial, a procuradora-chefe acredita que o “peso da obra”
pressionou a empresa a se adequar às normas de saúde e segurança. Depois que a
arena foi concluída, segundo a procuradora, a Andrade Gutierrez “se acomodou” e
voltou a descumprir normas básicas. O reflexo disso, de acordo com o MPT, foi
que mais operários foram vítimas na construção civil. “A empresa não tem
mostrado boa fé em cumprir com as legislações obrigatórias e o Ministério
Público do Trabalho não pode aguardar que outros operários sejam vítimas dessa
negligência”, reforçou a procuradora.
Saiba mais:
Prosamim
Além do acidente do
operário Sebastião Miranda Filho, que ocorreu dia 18 deste mês, outro acidente
ocorreu neste ano. No dia 16 de abril, nas obras do Prosamim 3, no igarapé do
Mestre Chico, Praça 14 de Janeiro, Zona Sul, o operário Antônio Campos Monteiro
caiu ao fazer uma manobra e, quando estava no chão, teve a cabeça esmagada por
uma escavadeira que passava no local. A
vítima teve morte instantânea.
Quinta morte em dois anos
Sebastião Miranda Filho
foi a quinta vítima fatal de acidentes na construção civil do Amazonas, em dois
anos, número que, de acordo com o MPT, colocam o Estado na liderança de mortes
na construção civil no País.
A procuradora do MPT,
Alzira Melo Costa, informou que a
interdição das obras da Andrade Gutierrez será mantida até que a empresacumpra
o compromisso de manter em ordem as 64 normas firmadas judicialmente com o MPT.
Alzira reforçou que as
diversas paralisações dos operários que ocorreram nos últimos dois anos também
colaboraram para que o MPT iniciasse essa ação.
A preocupação do MPT está
nos risco de queda, choque e desabamento aos quais os operários estão expostos diariamente
mediante a falta dos cuidados de saúde e segurança.
Fonte/Foto: Isabelle
Valois - acrítica.uol.com.br/Antonio Menezes
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