CCJ APROVA PROPOSTA DE JORDY QUE EXTINGUE O CONCEITO DE TERRENOS DE MARINHA
A
Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos
Deputados aprovou, nesta terça-feira (26), a admissibilidade da Proposta de
Emenda à Constituição (PEC) 39/11, que extingue o instituto jurídico
dos terrenos de marinha (nome dado aos terrenos situados na orla marítima de
toda a costa brasileira e nas margens de rios e lagos).
Pela
Constituição, essas áreas pertencem à União, que cobra pela sua utilização.
Conforme a proposta, a grande maioria dos terrenos, que hoje é ocupada por
particulares, poderá ser transferida em definitivo para os ocupantes.
O relator
da CCJ, deputado Alceu Moreira (PMDB/RS), concordou que não há problema em
discutir a questão e, por isso, considerou o texto constitucional.
Destinação
A
proposta, apresentada pelo deputado Arnaldo Jordy (PPS/PA) e outros, prevê as
seguintes destinações para os terrenos:
Continuam
como domínio da União as áreas:
- nas
quais tenham sido edificados prédios públicos que abriguem órgãos ou
entidades da administração federal, inclusive instalações de faróis de
sinalização náutica;
- que
tenham sido regularmente destinadas à utilização por prestadores de serviços
públicos concedidos ou permitidos pela União;
-
destinadas ao adestramento das Forças Armadas ou que sejam de interesse
público.
Passam ao
domínio pleno dos estados as áreas:
- nas
quais tenham sido edificados prédios públicos que abriguem órgãos ou
entidades da administração estadual;
- que
tenham sido regularmente destinadas à utilização por prestadores de serviços
públicos concedidos ou permitidos pelos estados.
Passam ao
domínio pleno dos municípios onde se situam as áreas:
- que não
se enquadrem às hipóteses acima;
- nas quais
tenham sido edificados prédios públicos que abriguem órgãos ou entidades da
administração municipal;
-
atualmente locadas ou arrendadas a terceiros pela União.
Permanecem
sob domínio pleno dos respectivos donatários as áreas doadas mediante
autorização em lei federal.
Segundo
Jordy, mais de 15 milhões de pessoas que vivem em beiras de praia, ilhas, em
terrenos chamados terrenos de marinha ou acrescidos de marinha, que pagam,
além do IPTU, taxas de ocupação daqueles imóveis devem beneficiadas com a proposta
aprovada.
Para o
parlamentar paraense, a cobrança é uma imoralidade, já que a união arrecada
para seus cofres 886 milhões de reais por ano, e não leva beneficio algum
para a população que habita essas áreas.
Tramitação
A PEC
será analisada por uma comissão especial a ser criada especificamente para
esse fim. Depois, seguirá para o Plenário, onde precisará ser votada em dois
turnos.
Confira a
íntegra da proposta: PEC-39/2011
Fonte/Foto:
Marcello Larcher - Agência Câmara
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