PROJETO DO BEM: UFRA REAGE CONTRA MAUS-TRATOS




Cerca de quatro mil animais. Esse é o número estimado de cavalos, burros e jumentos que realizam o trabalho de tração só na região metropolitana de Belém. Esta é a estimativa do Projeto Carroceiro, da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA).
O projeto realiza ações há 12 anos e busca evitar os maus-tratos dos animais, conscientizar os carroceiros e prestar atendimento para reabilitação clínica e cirúrgica.
“Nós realizamos o cadastro dos carroceiros, a capacitação técnica, palestras gratuitas e distribuímos cartilhas informativas para os proprietários dos animais. A profissão de carroceiro não é legalizada então eles trabalham na clandestinidade e com pouca ou nenhuma fiscalização”, diz o diretor técnico do projeto, o médico veterinário Heriberto Figueiredo.
Desde 2013 a equipe do projeto passou a realizar a microchipagem dos animais, implantando um dispositivo de microchip no pescoço do animal, em um processo praticamente indolor, semelhante ao uso de injetáveis.
Com o dispositivo é possível acessar informações imediatas sobre a identificação do animal e informações sobre o proprietário.
A medida busca inibir o abandono, identificar proprietários e otimizar o atendimento dos animais. Até agora cerca de 300 animais já passaram pelo procedimento.
Depois de implantado, o dispositivo é testado com a utilização de um leitor digital e os dados de identificação do animal são abertos e acessados através de um computador.
Após o procedimento, os proprietários recebem a declaração de identificação eletrônica que permitirá o rastreamento do animal em qualquer ponto do território nacional.
“Desde a implantação do projeto algumas situações já mudaram, mas é necessário um maior interesse dos órgãos de fiscalização para que o cenário realmente mude. Antes costumávamos ver animais com ferraduras de borracha, feitas de pneu, o uso excessivo de chicote. Nós não podemos fazer a fiscalização nem a aplicação de multas, isso cabe ao poder público”, diz o médico veterinário.
AÇÕES ITINERANTES
As ações do Projeto Carroceiro já passaram por Barcarena, Dom Eliseu, Maracanã, Igarapé-Açu, Capanema, Cotijuba, Vigia e em alguns bairros da capital. Nos próximos meses cerca de 60 animais da ilha de Algodoal devem passar pela microchipagem. A ação vai ocorrer em parceria com o Fórum do município de Maracanã. Os animais serão atendidos pelo projeto Carroceiro durante os três dias, em um posto instalado na entrada da ilha.
“Nós vamos realizar a microchipagem em todos os animais da ilha. Aqueles que não tiverem o dispositivo implantado não terão autorização para trabalhar”, diz o médico veterinário Heriberto Figueiredo.

Fonte/Foto: DOL/Divulgação

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