INDÚSTRIA APOSTA NA AGRICULTURA FAMILIAR COMO CAMINHO PARA A SUSTENTABILIDADE
Dia Nacional da Agricultura Familiar, comemorado nesta
sexta-feira, 20, estimula projetos que visam o cuidado com o meio ambiente
A queima do solo feita
para o preparo de terras para a agricultura ainda tem sido um dos vilões do
meio ambiente no Estado do Pará. No primeiro trimestre do ano, o Portal do
Monitoramento de Queimadas e Incêndios do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais) registrou mais de 880 focos na região, 500 a mais que no mesmo
período do ano passado.
Em Barcarena, a Alumínio
Brasileiro S/A (Albras), através de parcerias com instituições como o Sebrae, a
Emater e a Embrapa, desenvolve há 14 anos o Programa de Agricultura Familiar
Mecanizada (Pafam), que ajuda agricultores familiares das comunidades do
Guajaraúna, Cruzeiro e Arienga Estrada a trocar as queimadas pela
sustentabilidade e a qualidade de vida no campo.
Só em 2014, o programa
beneficiou 68 ha de área e atendeu cerca de 40 famílias, que puderam ver sua
renda média mensal aumentar para o valor de R$ 723,14, quase um salário mínimo,
a partir de praticas de cultivo de maior qualidade sem agredir o meio ambiente.
“Desde o início tínhamos a
preocupação de fixar esse agricultor no campo, pois quando o Pafam começou a
funcionar, o cenário que tínhamos na região era de uma agricultura nômade, que
utilizava várias extensões de terra para cultivar usando as queimadas, por
isso, o programa procurou ir além da mecanização dando também o lado da
qualificação", explicou Deivison Pinheiro, engenheiro Agrônomo do Pafam.
As famílias, além de
receber apoio técnico e máquinas com tecnologia adequada que eliminam a prática
da queimada, também recebem do Pafam cursos de qualificação em diversas áreas
como utilização correta do solo, diversificação de lavoura, administração do
próprio negócio e empreendedorismo.
Joelson Lira, da
comunidade Arienga Estrada, acredita que o programa também ajuda a agregar
valor aos produtos. “O Pafam está presente desde a origem, do preparo da terra,
a venda do produto. Além da produção de alimentos in natura, o Pafam nos
orienta dar valor agregado a este produto, com a produção de bolos, doces,
polpas, e faz com que essas culturas não sejam apenas para a subsistência e sim
para a geração de renda de toda a comunidade envolvida nessa produção.”, afirma
o agricultor.
Pequenos produtores também
recebem incentivo da Alcoa em Juruti
Diversificar a produção e
ao mesmo tempo valorizar a agricultura familiar jurutiense. Esse é o objetivo
da Alcoa com o Programa de Apoio à Produção Familiar desenvolvido no município
de Juruti, no oeste paraense, onde a empresa possui um empreendimento de
mineração de bauxita. Em parceria com o Instituto Vitória Régia (IVR), o
programa, que integra os Planos de Controle Ambiental (PCAs) da Alcoa, vem
beneficiando cerca de 260 famílias, por meio de oficinas e troca de
experiências.
O Programa de Agricultura
Familiar saltou, nos últimos três anos, de três atividades para sete:
horticultura, piscicultura, produção de mudas, meliponilicultura, avicultura,
Sistema Agroflorestal Sustentável e manejo de bovinos. “O programa inseriu os
produtores em novos mercados, possibilitou acesso a conhecimentos técnicos e
oportunidades de geração de renda”, ressalta Rogério Ribas, gerente de RH e
Assuntos Institucionais da Alcoa em Juruti.
De 2010 para cá, as
comunidades já produziram 38 mil quilos de hortaliças, que garantiram renda de
R$ 322 mil. Aproximadamente 6,5 mil quilos de peixe foram comercializados e
revertidos em R$ 31 mil para os criadores. As mudas usadas no reflorestamento
de áreas mineradas totalizam 227 mil unidades e equivalem a R$ 475 mil de
geração de renda.
“Antigamente não tínhamos
essa oportunidade que hoje estamos tendo. Por meio das oficinas, Aprendi que os
canteiros têm que ser mais adubados, não retirar os matos de dentro da horta,
pois tudo isso serve de adubo”, comenta Maria Vera Correa, moradora da
comunidade Jabuti e uma das beneficiadas pela oficina. Com o aprendizado, Maria
consegue vender as verduras que produz na feira.
Para o presidente da
Associação de Produtores Rurais da Região do Santo Hilário, Jeferson Ney da
Silva, as oficinas ajudaram a melhorar a produção local. “É uma das coisas que
a gente estava precisando para que nós pudéssemos fazer a melhoria da nossa
produção. Eu também sou um dos produtores e eu estou me dando muito bem porque
já começou a dar o resultado e nós estamos satisfeitos com o projeto, por que
está assegurando a nossa qualidade de vida e nossa segurança alimentar”,
afirma.
Produtores da região de
Planalto e Lago de Juruti também ganharam reforço, com a chegada da Cooperativa
de Trabalhadores da Agricultura Familiar (Cooafajur). Os 29 cooperados integram
o Programa de Agricultura Familiar da Alcoa, desenvolvido em parceria com o
IVR. A cooperativa pretende fortalecer a agricultura familiar no município,
aproveitando o potencial econômico da região.
“A gente vai poder emitir
nota e fazer a comercialização dos nossos produtos no município. Vai facilitar
para recebermos o dinheiro, fazer o comércio e vender o produto, além de
possibilitar parcerias”, comemora Amadeu Henrique de Souza, presidente da
Coofajur.
Fonte/Foto:
Fabiana Gomes – Temple Comunicação
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