BEIJU COR-DE-ROSA COM SABOR DE FRUTAS FAZ PRODUTORAS VENDEREM MAIS NO PARÁ




O beiju, produto artesanal a base de mandioca, ganhou cores e sabores. Na comunidade Menino Jesus, a 15 quilômetros de Capanema, no nordeste do Pará, as mãos habilidosas de quatro mulheres levam ao mercado paraense um produto diferente, que tem agradado a vários paladares: o beiju colorido nos sabores goiaba, beterraba, coco e maracujá.
Com a novidade, a iguaria cruzou os limites do município e ganhou espaço em mercados da capital Belém, mudando a rotina de vida do grupo. A ideia é ainda fornecer a sobremesa para a rede pública municipal de ensino e aumentar a produção.
A receita é simples. Seu principal ingrediente continua sendo a goma tradicional feita com o amido da mandioca, cuja receita é passada de geração a geração em todo o Estado, um dos maiores produtores de mandioca do país.
Para começar a massa, a goma é amassada cuidadosamente até ficar fina o suficiente para receber o suco natural, que é adicionado aos poucos para garantir a consistência desejada. Essa é a primeira de sete etapas de fabricação pela qual o produto passa até chegar ao mercado.
Do preparo da massa à embalagem, tudo é feito pelas mulheres na unidade produtiva montada na comunidade. Na última fase, a massa é assada por 40 minutos em um forno criado especialmente para a produção do beiju.
"Temos a receita padrão e seguimos um passo a passo padronizado do modo de fazer para facilitar a fabricação e o repasse da receita, além de garantir a qualidade do beiju, independente de quem faz", diz a presidente da Associação dos Pequenos Produtores e Criadores da comunidade Menino Jesus, Francisca Lima, que cuida da promoção e da comercialização do beiju.
Ela faz a ponte com os mercados, além de cuidar das finanças e da compra de matéria-prima. Atualmente, a fabricação mensal do grupo fica em torno de 40 caixas de beiju, o que pode triplicar quando começar a funcionar um forno elétrico, adquirido pelo grupo.
Uma parte é vendida no próprio município, onde o beiju pode ser comprado diretamente das produtoras. "O beiju tem boa aceitação, sendo que os de coco, maracujá e goiaba são os mais procurados", diz a empresária, que também tem clientes de municípios vizinhos.
Parcerias ajudam negócio a crescer
O produto tem venda garantida em lojas da rede de supermercados Líder, de Belém. A parceria foi fechada quando o beiju foi exposto numa feira supermercadista promovida pelo Sebrae (Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa).
Desde então, o grupo fornece em torno de 30 caixas mensalmente para a rede, com 24 pacotes de 150 gramas. Também em Belém, o beiju é comercializado em feiras do segmento alimentício e agronegócios. "Na última que participamos, em junho, vendemos 30 caixas. Foi a melhor venda que já fizemos", diz a produtora.
O próximo passo é inserir o beiju no cardápio da alimentação escolar dos alunos da rede pública municipal de Capanema. "Já começamos a conversar com o pessoal da prefeitura e acreditamos que há boas chances de fecharmos o negócio, pois o beiju colorido é rico em vitaminas, por causa da introdução dos sucos na receita", afirma Edson Cunha, coordenador do Sebrae no Pará.
Fonte/Foto: Agência Sebrae/Thiago Araujo

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