PRODUÇÃO PAULISTA ENFOCA HISTÓRIAS DE CURA DE DOENÇAS DE INDÍGENAS DO AMAZONAS
Produção vai visitar comunidades indígenas da região da Cabeça do Cachorro ao longo de duas semanas de filmagens |
O documentário 'Olhos vistos', da produtora
independente paulista Carmela Conteúdos, vai enfocar histórias de cura de
doenças físicas e espirituais, envolvendo índios e brancos, de São Gabriel da
Cachoeira
As práticas xamânicas de
cura de doenças de indígenas de São Gabriel da Cachoeira (a 858 quilômetros de
Manaus) serão tema de um documentário a ser realizado em breve na região.
“Olhos vistos”, da produtora independente paulista Carmela Conteúdos, vai
enfocar histórias de cura de doenças físicas e espirituais, envolvendo índios e
brancos. As filmagens da produção iniciam esta semana, em Manaus e em
comunidades da região da Cabeça do Cachorro, onde fica o município amazonense.
A equipe da produção, que
tem chegada a Manaus prevista para amanhã, é liderada pelas diretoras Raquel
Almeida Prado e Teca Eça. A maior parte do grupo visitará a Amazônia pela
primeira vez, mas dois integrantes já têm intimidade com a região.
“O Careca (Luis Macedo),
que é o produtor de logística, já esteve na região; e o Afrânio (Ferreira), que
é o produtor local e um dos nossos personagens, mora em São Gabriel da
Cachoeira. O fato de ter os dois na equipe ajuda bastante e, no meu caso, dá
bastante segurança”, assinala Teca, em entrevista à reportagem realizada por
email.
Roteiro pela região
As filmagens de “Olhos
vistos” no Amazonas têm duração prevista de duas semanas. O roteiro inicia em
Manaus, onde a equipe de produção fará entrevistas com Maximiliano Correa,
indígena tukano que registrou os benzimentos de vários clãs, e o psiquiatra
Maximiliano Loiola Ponte de Souza, que trabalha com indígenas.
Mais tarde, os cineastas
seguem viagem de barco pelo rio Negro, para visitar comunidades da Cabeça do
Cachorro – a região abriga nada menos que 23 etnias indígenas, entre elas Baniwas
e Tukanos, todas já em adiantado processo de aculturação. A etapa regional
termina na volta a Manaus, onde a equipe realiza novas entrevistas antes de
voltar a São Paulo.
Visões subjetivas
Teca conta que o projeto
inicial de “Olhos vistos” era o de registrar o trabalho de uma ong que realiza
cirurgias médicas em indígenas. Com o tempo, porém, a proposta foi se
modificando. “Nosso principal tema agora é a cura de uma maneira geral, tanto
física quanto espiritual. Mas o local é o mesmo, e nem poderia ser diferente.
Uma região como a Cabeça de Cachorro, pouco explorada, é sempre bastante
instigante”, declara.
Teca antecipa que o
documentário não terá um cunho estritamente jornalístico, mas que também dará
espaço às “impressões subjetivas” da equipe sobre as práticas rituais e
episódios de cura. “Cada pessoa tem um tipo de conhecimento em relação a essa
região e aos rituais. O Afrânio mora na região. O Careca já esteve lá. A Raquel
convive de maneira próxima e familiar com antropólogos e médicos que cuidam de
índios desde a infância. Eu conheço pouco, apenas o que eu pesquisei. Aliás,
nunca estive na região. Esses diferentes conhecimentos, olhares, vão compor a
linguagem do filme”, explica.
Para a diretora, além da
realização profissional, o trabalho na Amazônia será uma realização pessoal.
“(Conhecer o Amazonas) é a realização de um antigo sonho. Tenho bastante expectativa
em relação às noites no barco: os sons da natureza, o céu estrelado, o
silêncio. A Raquel também não conhece nada da Amazônia. Ambas vamos realizar um
sonho com a produção desse documentário”, conclui.
Equipe
Além das diretoras Teca
Eça e Raquel Almeida Prado, a equipe de produção do documentário “Olhos vistos”
é formada por Adriano Torres e Juliano Chiquetto, ambos diretores de
fotografia; Luis Macedo, ou Careca, produtor de logística; Afranio Ferreira,
produtor de campo e um dos personagens da produção; e Daniela Conde, diretora
de produção. O grupo irá passar pouco mais de duas semanas na região.
Fonte/Foto:
Joni Clay Borges – acrítica.uol.com.br/Divulgação
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