NAVIO VINDO DE PAÍS COM CASOS DE EBOLA CAUSA PÂNICO EM SANTARÉM, PA




- Atualizado em 18/10/2014 15h47
Mensagens foram compartilhadas na noite de sexta-feira (17).
Embarcação veio da Guiné, um dos países que vive um surto de Ebola.
Santarenos entraram em pânico desde a noite de sexta-feira (17), quando foram compartilhadas através das redes sociais e aplicativos de bate-papo no celular, mensagens avisando que um navio cargueiro vindo da Guiné, um dos países da África que vive um surto de Ebola, estaria atracado na cidade de Macapá (AP) com destino a Santarém, oeste do Pará.
As mensagens foram escritas por uma empresária que foi avisada sobre a vinda do navio, e segundo ela, a intenção não era causar pânico na população e sim alertar para um possível problema. "Essa informação me foi passada por um prático que trabalha na área de Macapá e Santarém, demostrando realmente a preocupação com isso. A intenção não era criar pânico e sim informar às autoridades sobre o que estava acontecendo. Consegui postar isso ontem à noite [sexta-feira, 17] e algumas pessoas de influência já começaram a tomar as devidas precauções para que se evite isso", conta a empresária Ane Maia.

O navio Stoja, que atua com o transporte de soja, saiu da Guiné em 2 de outubro e está ancorado próximo ao distrito de Fazendinha, a 9 quilômetros de Macapá. Segundo o comandante da Capitania dos Portos de Macapá, Paulo Antônio Carlos, ao todo, 38 tripulantes estão a bordo.
Ainda de acordo com a empresária, a preocupação começou porque é o primeiro navio da Guiné que entra na região no período em que está em evidência o risco da doença. "Nessa pesquisa que eles [os práticos] fizeram foi indicado dentro do Instituto Evandro Chagas que esse vírus só se manifesta 21 dias após a infecção, ou seja, ele tem um período de incubação.Tem uma preocupação latente deles que isso seja sanado e que seja tomado algum tipo de medida. Ele não vai atracar no porto de Macapá, o destino dele é Santarém. Ele está ancorado no rio esperando que os práticos o conduzam até Santarém", informou.
Em uma das mensagens foi relatado que o navio está atracado em Macapá há dois dias e que nenhum prático da região entraria no navio. "MENSAGEM IMPORTANTE: Há dois dias parado em frente a Macapá, um navio africano vindo da GUINÉ na ÁFRICA solicita autorizacão e praticagem para entrar no Brasil e vir para SANTARÉM! Nenhum pratico quer fazer essa rota antes que se passe 21 dias desde que esse navio saiu da ÁFRICA (período necessário para manifestacão do Vírus EBOLA). Me pediram que divulgue para o máximo de pessoas possível afim de que possamos conseguir impedir que esse navio atraque em Santarém, ao menos que atraque depois de passado esse período. Tentarei levar isso ao conhecimento da mídia e quem quer que seja! Precisamos agir e depressa! Amanhã posto o nome do Navio e detalhes técnicos. Quem conhecer pessoas influentes que possam nos ajudar com isso por favor faça essas pessoas saberem do que se trata!", relatou Ane na mensagem.
Navio da Guiné com destino a Santarém
O navio vindo da Guiné, na África, com destino a Santarém, foi inspecionado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em Macapá neste sábado (18). De acordo com o orgão, a tripulação ainda não apresentou sintomas de ebola. A inspeção ocorreu como medida preventiva. A embarcação está sendo monitorada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Segundo a Vigilância Sanitária de Santarém, uma solicitação será enviada a Belém para que o navio aguarde o período de quarentena, para afastar qualquer risco. "Estamos pedindo que eles cumpram um período de 21 dias de quarentena, período em que aparecem os sintomas", ressalta o Coordenador da Vigilância Sanitária de Santarém, Valter Matos.
A capitania dos Portos de Santarém já foi comunicada da situação e aguarda a liberação do navio para pegar todas as informações sobre a embarcação, mas adianta que uma reunião será realizada para definir um procedimento padrão que será adotado com as embarcações vindas de outros países. "Na segunda-feira (20) vamos fazer uma reunião às 10h para padronizar os procedimentos, alinhar todos os orgãos de segurança que realizam vistoria nessas embarcações. E quando esse navio chegar aqui vamos realizar outra vistoria nele", explica o comandante da Capitania dos Portos, Capitão Robson Oberdan.
Fonte/Fotos: Luti Gomes -  G1 Santarém/Reprodução facebook

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