HELDER VENCE JATENE NO ÚLTIMO DEBATE NA TV
Analistas políticos consideraram que o candidato Helder Barbalho (PMDB)
venceu o tucano Simão Jatene no debate que aconteceu ontem (23) à noite, realizado
pela Rede Globo/TV Liberal. A três dias da eleição de segundo turno, os
candidatos da coligação Todos pelo Pará (PMDB-PT) e da coligação Juntos com o
Povo (PSDB), ficaram frente a frente, discutindo propostas de governo no último
ato oficial da campanha.
Dividido por temas, o
programa mostrou que enquanto Helder se mostrava sereno e equilibrado, adotando
linha propositiva, Jatene parecia ansioso e visivelmente preocupado apenas em
polemizar. Helder respondeu a todos os questionamentos sem alterar o tom de voz
e pontuando itens de seu plano de governo.
Em desvantagem nas
pesquisas do segundo turno, o candidato tucano deixou de lado as propostas e se
preocupou em lançar provocações, sempre acompanhadas do tom debochado já
exibido em outros debates da campanha.
Um dos pontos altos foi
novamente o problema da segurança pública. Helder destacou o estado geral de
insegurança que aflige a população do Pará. Como faria ao longo de todo o
programa, o candidato à reeleição tentou se esquivar, transferindo
responsabilidades para governos passados e até para o governo federal – apesar
de a segurança pública ser atribuição dos governos estaduais.
O confronto de propostas
foi dividido em três blocos, sendo o primeiro de tema livre, o segundo com
perguntas de tema determinado por sorteio feito na hora e o terceiro para
considerações finais. Em cada bloco, os candidatos fizeram duas perguntas de 30
segundos cada, tendo um minuto e meio para resposta, um minuto para réplica e
mais um minuto para a tréplica.
Segurança pública foi o
tema dominante no primeiro bloco, mas Jatene iniciou destacando o suposto
“reconhecimento nacional da rentabilidade” do Banco do Estado do Pará, ao que
Helder rebateu afirmando que andou por todas as regiões do Estado e pôde ouvir
a realidade da população em relação à precariedade dos serviços públicos.
“Quem me diz que demora um
mês para conseguir uma consulta e que não há mais paz para andar na rua por
causa da insegurança é a própria população, porque a situação dos serviços
públicos do Estado está péssima”, criticou. “Dinheiro, tem. Falta garra e
disposição para fazer melhor”, disse Helder.
E acrescentou: “Em 2010, o
seu governo prometeu Patrulhamento Orientado e Preventivo, Escola Legal, dez
Unidades de Pronto Atendimento, e nada disso foi cumprido”. O governador tentou
se justificar alegando ter passado os primeiros dois anos do mandato atual
“ajustando contas” e disse ainda que “entre o planejado e o realizável, são
feitos ajustes”.
“Nós prometemos e vamos
cumprir a Agenda Mínima integralmente”, prometeu Jatene, buscando se defender
da crítica de Helder sobre o baixo desempenho de seu governo. O candidato do
PMDB lembrou que o Tribunal de Contas do Estado apontou que apenas 30% do que
prometeu cumprir na Agenda Mínima no início de seu governo foram cumpridos até
o momento.
Simão Jatene, ao
questionar sobre ética e transparência e acusá-lo de responder a Ação Civil
Pública referente à sua atuação por oito anos na Prefeitura de Ananindeua,
ouviu do candidato do PMDB que a população carece de um governo que fale a
verdade, e que trabalhe por quatro anos.
PROPINA
“Deve ser uma questão de
amnésia ou esquecimento, mas o candidato esqueceu de citar que responde a
processo junto ao Ministério Público Federal e Polícia Federal por ter pego
propina da Cerpasa a fim de anistiar tributos da empresa. Mas eu vim falar de
propostas, e não macular a imagem de ninguém, tampouco aceito que façam isso
comigo ou com minha família”, respondeu Helder, com firmeza.
Pela utilização do termo
“propina”, os dirigentes da TV Liberal concederam direito de resposta a Jatene,
mesmo sabendo que ele de fato responde a um processo no Superior Tribunal de
Justiça, que está perto de ir a julgamento, en volvendo também seu
ex-secretário e homem de confiança, Sérgio Leão.
Jatene evitou responder a
Helder quando este lhe perguntou quantos novos policiais militares havia
prometido na campanha de 2010 e quanto foram efetivados. O tucano afirmou que
não havia vagas para novas admissões, tendo precisado criar um projeto de lei para
tal fim. “Prometeu e não cumpriu. São 300 assaltos por dia, dez assassinatos
por dia, Belém é a 23a cidade mais violenta do mundo pela Organização das
Nações Unidas (ONU). Eu proponho a Ronda dos Bairros e mais três mil PMs”,
atacou Helder.
O segundo bloco de
perguntas foi de temas definidos por sorteio, e começou com Gestão Pública e o
questionamento de Helder pelo fato de Jatene ter afirmado no início de sua
gestão que governo que não tenha investido 10% de sua receita em melhorias para
o Estado não teria feito nada. Segundo Helder, “foram 6,39% apenas”.
Prometendo, mesmo com o
governo prestes a acabar, que vai “alcançar os R$ 4,5 bilhões e meio como
prometemos, mas entramos no mandato vindo de um anterior que deixou o Estado em
frangalhos”, adotando novamente a tática de culpar outros governos pelo seu
insucesso.
Fonte/Foto:
Diário do Pará/Marcos Santos
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