PREOCUPANTE: MORTES EM ACIDENTES COM MOTOCICLISTAS SOBEM 207% NO PARÁ.
Número de óbitos deu um salto de 168, em 2004, para
512 em 2012
O número de mortes em
acidentes com motocicletas, no Pará, aumentou 207% entre 2004 e 2012, pulando
de 168 óbitos para 512. O número de acidentes no Estado também deu um salto no
período: 586%, passando de 1.779 ocorrências para 12.213. Os dados são do
último comparativo do Departamento de Trânsito do Estado do Pará (Detran-PA),
que não estima a possibilidade de redução dessas estatísticas, principalmente
com a evolução da frota paraense de motos, que aumentou 510%, saindo de 120.091
em 2004 para 732.718 em 2012. As soluções apontadas pelo órgão e por condutores
de motos são campanhas educativas mais eficientes e fiscalização com foco
educativo (mas também rigorosa). As causas apontadas pela autarquia para tantos
acidentes são a formação inadequada, fiscalização insuficiente, facilidade
exagerada de compra do veículo e falta de consciência de quem dirige motos.
As motocicletas também
continuam na liderança das estatísticas do Seguro DPVAT. Os acidentes
envolvendo o veículo de duas rodas representaram 75% de todas as indenizações
pagas pela Seguradora Líder-DPVAT no semestre: 256.387. A alta incidência de
acidentes nesta categoria contrasta com sua proporção na frota nacional,
equivalendo a 27% do total de veículos. Os automóveis, que somam
aproximadamente 60% da frota, foram responsáveis por 23% dos benefícios pagos
(67.906). No Norte, 57% das mortes no trânsito envolvem motocicletas e as
regiões Norte e Nordeste são as únicas do Brasil em que a frota de motos supera
a de carros.
Para o coordenador de
Planejamento do Detran-PA, Carlos Valente, o número de mortos em acidentes com
motocicletas é preocupante. O número de feridos, no entanto, que é muito
superior, lota os hospitais e prontos-socorros, causando uma sobrecarga na
saúde pública. A relação é lógica: os leitos ocupados por condutores e
passageiros de motos poderiam ser usados para tratar outros pacientes. Os
traumas causados por acidentes com motocicletas exigem investimentos cada vez
mais altos no tratamento, com cirurgias, medicamentos, curativos e alimentação
e com previdência. Em alguns casos, o tempo de reabilitação de um acidentado de
moto chega a dois anos. Ele acrescenta que nos últimos quatro anos, a gravidade dos acidentes também aumentou.
Ainda assim, os condutores parecem não perceber a vulnerabilidade do veículo.
“Precisamos começar
mudando nossa formação e avaliação. As várias mortes e imprudências cometidas
por motociclistas partem desses meios ineficientes de avaliar e preparar
condutores, não tão diferentes de ensinar a andar de bicicleta. Por isso vários
menores dirigem moto no interior do Estado, como se fosse exatamente uma
bicicleta motorizada. É essa falta de noção de trânsito, na prática mesmo, que
faz com que ocorram acidentes graves com motociclistas”, critica Valente,
lembrando o caso de um motociclista que colidiu com um ônibus, no dia 5 de
agosto passado, foi arrastado e morreu na hora.
O condutor avançou o sinal
vermelho e foi atingido na direção da pista expressa de ônibus da avenida
Almirante Barroso, no cruzamento com a travessa Lomas Valentinas. Valente
considera impossível entender o que levou o motociclista a avançar o sinal
vermelho de um dos cruzamentos mais movimentados de Belém, com uma pista
expressa e naquele horário de pico. “Foi um erro grave de julgamento, de quem
não tem a formação adequada e noção de trânsito”, criticou.
Segundo o Ministério da
Saúde, em 2011 houve 155.656 internações por acidentes de trânsito, com custo
de R$ 205 milhões. Desse total, 77.113 foram em consequência de acidentes de
moto, totalizando um gasto de R$ 96 milhões. Após divulgar os dados da evolução
dos acidentes de moto no Brasil, o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran)
planeja tornar obrigatório simuladores para os cursos de formação de motociclistas,
como já é realidade em alguns cursos para carro, ônibus e caminhão. A meta é
implantar essa medida até 2015. Na Câmara dos Deputados e no Senado Federal há
vários projetos para reverter a situação, como restrição de circulação em
determinadas áreas (uma proposta semelhante foi vetada em 1997); freios ABS e
airbags para motos de fábrica; e aumento da fiscalização.
Fonte:
ORMNews
Nenhum comentário:
Postar um comentário