INDÍGENAS OCUPAM O CAMPUS DA UFPA EM ALTAMIRA-PA
Grupo ocupa há três dias a sede da Funai, que fica
dentro do campus.
Atividades administrativas e acadêmicas no campus
foram suspensas.
O grupo de índios que
ocupa desde a quarta-feira (10) a sede da Funai em Altamira, no sudoeste do
Pará, passou a ocupar também o campus da Universidade Federal do Pará (UFPA) do
município, que fica no mesmo terreno. Os indígenas dormem em redes nos
corredores da instituição e passam o dia no local.
"O campus de Altamira
não tem condições de tocar suas atividades de ensino, pesquisa e extensão com
ocupação constante dos indígenas. É sujeira no local, os banheiros sem
condições de uso, os bebedouros também já estão sem condições de uso, fora o
odor de fezes e urina. É constrangedor", afirmou Ivonete Coutinho,
coordenadora do campus.
Por causa da ocupação, as
atividades administrativas e acadêmicas no campus I da UFPA foram suspensas.
Professores, alunos e servidores tiveram que deixar o prédio, os índios
prometem manter a ocupação até que sejam atendidos. Eles exigem que a
coordenadora regional da fundação deixe o cargo e também protestam contra a
falta de um espaço adequado para acomodar os índios que vem das aldeias para a
cidade com problemas de saúde.
O cacique Luis Xipaia
reclama da demora na entrega da Casa do Índio. "A Casa do Índio era para
ter sido entregue em 2010 e já chegamos em 2014 e ainda estamos nessa briga. O
que a gente tá pedindo aqui são melhorias para as populações indígenas, temos
nossos direitos”, afirma Xiapa.
A Procuradora da República
lotada em Altamira e o procurador local da
Funai estiveram no local do protesto para ouvir os índios. "O Ministério
Público Federal não tem o que fazer, senão ir ao judiciário cobrar. Pretendemos
ingressar com as ações de cumprimento das obrigações, como de ressarcimento de
danos morais que esses indígenas vem sofrendo", disse a procuradora Thais
Santi.
A Funai informou que a
Casa do Índio já está pronta, mas ainda precisa de alguns ajustes, conforme
verificou um engenheiro da fundação durante uma vistoria no prédio e as
próprias lideranças indígenas também solicitaram algumas mudanças na casa.
Em nota, a UFPA informou
que quando aconteceu a ocupação do campus de Altamira, o reitor da instituição,
Carlos Maneschy, estava em Brasília e foi na sede da Funai, onde tomou
conhecimento de que o Ministério Público Federal também já estava atuando no
caso. A UFPA informou que vai acompanhar e mediar as negociações entre os
indígenas e a Funai, que ocupa dependências do campus, mas deverá se mudar para
outro local.
Fonte/Foto:
G1 PA
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