ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS E PRIVADAS INVESTEM EM CAPACITAÇÃO RURAL
Qualificações visam fomento da agricultura familiar e
melhoria de indicadores sociais do Estado.
Ciente do importante papel
exercido pelos sistemas de produção agrícolas
baseados em unidades
familiares na erradicação da pobreza e da fome, a Organização das Nações Unidas
(ONU) instituiu 2014 como o Ano Internacional da Agricultura Familiar. O
objetivo principal dessa iniciativa é promover em todos os países políticas públicas
que estimulem o desenvolvimento sustentável e favoreçam o bem-estar das
comunidades. A percepção de que a agricultura familiar pode proporcionar melhor
qualidade de vida à
sociedade não fica restrita à ONU. Cada vez mais organizações públicas ou
privadas estão atentas às oportunidades que podem brotar no solo das pequenas
propriedades rurais.
Uma dessas instituições é
o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), entidade privada
presente em nos 144 municípios do Pará e que atua no desenvolvimento de ações de
formação profissional rural e de promoção social.
“O SENAR tem como grande
objetivo levar aos produtores e trabalhadores rurais a perspectiva de crescer e
de se desenvolver economicamente e socialmente. Quando desenvolvemos as nossas
ações, principalmente direcionadas a agricultura familiar, fazemos na
perspectiva de transformar esses empreendedores familiares em médios e grandes empreendedores”,
explica Walter Cardoso, Superintendente do SENAR Pará.
Em Rondon do Pará, sudeste
paraense, o SENAR é uma das instituições parceiras da Votorantim Metais no
desenvolvimento dos cursos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e
Emprego – PRONATEC, que compõem o Programa de Qualificação de Mão de Obra
desenvolvido pela empresa no município. Realizada desde o segundo semestre de
2013, a iniciativa visa qualificar profissionais para o mercado de trabalho da
região e para o Aumina Rondon, projeto que prevê a implantação de mina de
bauxita e refinaria de alumina. “Rondon do Pará tem tido uma participação muito
boa no que diz respeito às ações do SENAR no Pará. Essa participação cresce na
medida em que observamos o interesse das comunidades e parceiros envolvidos e,
é por isso, que temos concentrado ações significativas no município”, comenta
Walter.
De acordo com Sérgio
Oliveira, coordenador de Sustentabilidade do Alumina Rondon, o programa está
alinhado ao compromisso da empresa em contribuir para o desenvolvimento das
comunidades onde está presente e qualificar a mão de obra da região. “Queremos
contribuir para o fomento de uma cadeia de fornecimento para o Alumina Rondon
na região e para as demais atividades que serão geradas em função da
implantação do projeto”, ressaltou.
Hortas comunitárias:
parceria traz geração de renda
Com apoio técnico e acompanhamento
de especialistas, comunidades do município de Juruti, no
oeste paraense, estão transformando a agricultura familiar em uma atividade
cada vez mais lucrativa e importante para a segurança alimentar.
Contratado pela Alcoa, que
possui operações de mineração de bauxita na localidade, o Instituto Vitória
Régia (IVR), além de assistência técnica, realiza cursos de capacitação em
cultivo de hortaliças aos comunitários. A iniciativa faz parte do Programa de
Apoio à Agricultura Familiar dos Planos de Controle Ambiental (PCAs) da Alcoa,
em Juruti.
Quatorze comunidades já
participaram das oficinas. Além das aulas teóricas, os comunitários aprendem na
prática todos os cuidados necessários para cultivar hortas bem sucedidas. De
acordo com Sheyla Oliveira, coordenadora do IVR, os agricultores recebem
assistência técnica para fazer uma produção mais empreendedora. “Temos várias
famílias que estão nessa atividade há cinco, seis, até oito anos produzindo hortaliças.
E nós, enquanto técnicos, passamos para eles novos conhecimentos, novas
tecnologias que eles podem aplicar na própria horta e melhorar a qualidade e produtividade”,
explica a coordenadora.
O IVR também é o
responsável pelas máquinas monocultivadoras, comprados pela Alcoa para a
comunidade, utilizados em esquema de revezamento pelos produtores rurais para o
preparo da terra e garantir mais agilidade ao trabalho.
Os resultados são
percebidos pela diversidade e qualidade das hortaliças vendidas para a empresa
GRSA, contratada da Alcoa para o fornecimento de alimentação dos
funcionários, e na Feira da Produção Familiar, em Juruti.
“Antigamente não tínhamos
essa oportunidade de hoje. Com a oficina aprendi novas técnicas e minha renda
aumentou”, comenta Maria Vera Correa, moradora da Comunidade Cipó e uma das
beneficiadas pelo programa da Alcoa.
No município de Ipixuna do
Pará, no nordeste do Estado, a Imerys, mineradora que atua com caulim, comandou
um mutirão na Horta da Aparecida. O objetivo foi trabalhar na ampliação do
espaço, para que também possa ser fornecedor de alimentação dos colaboradores
das minas da empresa. A assistente de Projetos Sociais da Imerys, Luciana
Pinheiro, fez uma reunião com os participantes e discutiu diversos pontos que
envolvem desde a plantação até o lucro que se pode obter com a venda das
hortaliças.
“Estamos expandindo a
horta e a intenção também é vender e ter lucro para a comunidade. Sugeri que
reservassem uma leira (linha) de cada hortaliça, como cheiro verde, couve,
alface e jambu para venderem para a empresa”, explica Luciana.
A parceria funcionou e
ainda esse mês foi registrada a primeira venda de hortaliças fornecidas pela
horta comunitária à empresa.
Fonte:
Thamires Figueiredo – Temple Comunicação
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