COSANPA PÕE TRÊS CIDADES DO PARÁ ENTRE 10 PIORES DO BRASIL
Quase 142 mil residências
em Ananindeua foram abandonadas pela Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa)
nos últimos três anos. São moradias que não contam com acesso à água tratada
pela Cosanpa - empresa de abastecimento de água e saneamento básico do governo
do Estado do Pará – o que faz com que o 2º maior município do Pará seja o pior
do Brasil em atendimento de água.
A média geral de
atendimento de água nos 100 maiores municípios do Brasil é de 92,22%. A de
Ananindeua é de 27,20%, colocando a cidade paraense como a pior no ranking
nacional das grandes cidades.
Os dados fazem parte de um
estudo publicado pelo Instituto Trata Brasil com os indicadores do Sistema Nacional
de Informações sobre Saneamento (SNIS), ano base 2012 e avalia a situação do
saneamento nas maiores cidades. A capital paraense também desponta de forma
negativa no ranking. Belém é uma das piores capitais do Brasil tanto em
abastecimento de água, tratamento e coleta de esgotos.
Pela primeira vez, o
estudo traz uma projeção da evolução dos indicadores das 20 melhores e 20
piores cidades ao longo do prazo de 20 anos, caso mantivessem os mesmos avanços
registrados entre os anos de 2008 a 2012.
Os resultados mostram que
quase nada ou muito pouco foi investido pelo governo do Pará, por meio da
Cosanpa, para solucionar os graves problemas de saneamento básico que o Pará
enfrenta em todos os seus 144 municípios. Ananindeua, Belém e Santarém figuram entre
as 10 piores situações do Brasil em todas as variáveis analisadas pelo
Instituto Trata Brasil.
No caso de Ananindeua, o
estudo mostra que o governo do Pará praticamente não investiu em saneamento
básico nos últimos anos. No gráfico que mostra a evolução do tratamento de
esgoto nas 100 maiores cidades do Brasil, Ananindeua avançou 0,0% em quatro
anos, segundo o Instituto Trata Brasil. Belém “avançou” 0,90% e Santarém, 0,0%.
Com uma população
calculada, na época, de 483.821 habitantes, Ananindeua tinha apenas 27,2% de
água tratada pela Cosanpa. A coleta de esgoto era igual a 0,0% e o consequente
índice de tratamento era também de 0,0%.
DESPERDÍCIO
Por outro lado se perdia –
ou desperdiçava - naquela época, principalmente pela ausência da Cosanpa no município,
46,4% do volume de água tratada consumido pelos moradores de Ananindeua. A soma
dos investimentos da Cosanpa, desde 2008, para o município foi de R$
28.359.629, ou pouco mais de R$ 14 por habitante.
A situação em Belém
melhora quando o instituto avalia o fornecimento de água dos 1.410.430
habitantes na época da avaliação. Destes, 72,6% têm água tratada. Mas, quando o
estudo volta os olhos para a coleta (7,2% apenas) e o tratamento (2,2%) do
esgoto, a capital paraense se situa no 2º pior resultado do Brasil no ranking
das capitais, abaixo apenas para Porto Velho, capital de Rondônia.
No período de quatro anos,
somente 1.444 ligações de esgoto foram feitas na capital paraense. Em Belém,
faltam 299.365 ligações para que a cidade atinja a universalização em
esgotamento sanitário. Com investimento de pouco mais de R$ 320.270.033,00
desde 2008, a Cosanpa destinou R$ 58,6 por habitante na capital. O desperdício
de água em Belém também é alto, com índice de 45,6% de perda.
ATENDIMENTO
Para fazer o ranking das
cidades, a pesquisa considera os indicadores de atendimento total de água,
atendimento total de esgoto, esgoto tratado por água consumida, a razão entre a
arrecadação para políticas de saneamento e o investimento destinado, novas
ligações de água, ligações faltantes para universalização, novas ligações de
esgoto, perdas de água, tarifa média e perdas na distribuição.
O estudo considerou como
universalização o atingimento das mesmas metas do Plano Nacional de Saneamento
Básico – Plansab, do governo federal, ou seja, quando os municípios alcançarem
92% de coleta de esgotos e 86% de tratamento. O estudo, porém, não estabelece
relação direta com o Plansab por usar critérios diferentes.
De acordo com o estudo,
apenas 22 dos 100 maiores municípios brasileiros possuem 100% de atendimento de
água, ou seja, possuem serviços universalizados em atendimento de água. O
mínimo que um município possui de atendimento de água é 27,20%, que é o caso de
Ananindeua.
Lideram o ranking do
saneamento básico das 100 maiores cidades do Brasil: Franca (SP), Maringá (PR),
Limeira (SP), Santos (SP) e Jundiaí (SP). Os 20 primeiros municípios colocados
no ranking já universalizaram o abastecimento de água, a coleta e o tratamento
de esgoto.
No outro extremo estão:
Porto Velho (RO), Ananindeua (PA), Jaboatão dos Guararapes (PE), Belém (PA) e
Macapá (AP), com os piores resultados. Das 20 cidades com melhor colocação no
ranking, 16 estão no Sudeste. Apenas duas são capitais: Curitiba e Belo
Horizonte. Entre as 20 piores, há seis capitais: Porto Velho, Belém, Macapá,
Teresina, Manaus e Natal. Em nota, a Cosanpa informa que os dados são
referentes a 2012 e não refletem a atual situação do estado.
Fonte/Foto:
DOL/Bruno Cecim
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