NO PARÁ, POPULAÇÃO CRESCE E ESTADO REDUZ NÚMERO DE ESCOLAS
Escola Estadual Marcos Bentes de Carvalho, em Faro-PA: retrato do abandono. |
A rede pública estadual do
Pará tem 642 mil alunos que estudam nas 917 escolas públicas estaduais, segundo
o Censo Escolar 2013 usado como base para avaliar a estrutura da Educação no
Estado.
O Governo do Pará, por
meio da Secretaria de Educação do Estado do Pará, afirma ter investido R$
181.244.400,00 nos três últimos anos (não inclui 2014) em reforma, ampliação e
construção de escolas. De acordo com a assessoria da Seduc, no governo Jatene
foram construídas e serão entregues, até o final do ano, 49 novas escolas com
vagas para o ensino médio. A secretaria informou também que o governo continua
executando obras que devem passar para o exercício de 2015, incluindo a
construção de mais 13 escolas.
Os dados do Censo Escolar
foram compilados recentemente pelo QEdu, um projeto em parceria entre a Startup
Meritt e a Fundação Lemann. O estudo mostrou que mais de 50% dos alunos de
escolas públicas do Pará não têm a idade adequada à série que estudam. O Ensino
Médio paraense tem o maior número de estudantes com atraso de mais de dois anos
nas séries escolares, com 57,3% das matrículas. Esse percentual inclui escolas
públicas urbanas e rurais. Considerando apenas as escolas rurais, são 60,3% dos
alunos com idade além da média escolar.
O Censo Escolar 2013
mostrou que, ao invés de aumentar o número de escolas públicas estaduais no
Pará, nos últimos quatro anos, o governo Simão Jatene reduziu de 971 em 2010
para 917, em 2013. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), a população do Pará cresceu acima da média brasileira nos
últimos quatro anos. Em 2010, data do último Censo, eram 7.581.051 paraenses.
O instituto divulgou a
população estimada em 2013, que seria de 7.969.654 habitantes, ou 388 mil novos
paraenses. Do total de escolas estaduais, 695 são urbanas e 222, rurais.
Além da redução do número
de escolas, os estudantes enfrentam também as péssimas condições de acesso a
direitos básicos, como banheiros. Pelo menos 18 escolas urbanas distribuídas
entre os municípios paraenses não têm banheiro. As rurais que não contam com
esse serviço são 53. Em 82 escolas urbanas, o banheiro fica do lado de fora do
prédio. As rurais somam 64, ou quase 29% do total. Nestas escolas rurais, o
mesmo percentual (28,38%) não tem biblioteca.
Recentemente, um relatório
feito pelo Tribunal de Contas da União (TCU) que deu origem ao FiscEducação,
mostrou que em 2016 o Pará não terá vagas suficientes no ensino médio para a
quantidade de alunos aptos a cursar esta etapa. É o maior déficit de salas de
aula de todo o Brasil:
10.668 jovens paraenses de
33 municípios não poderão dar continuidade aos estudos em escolas públicas.
Ao todo, 33 municípios
paraenses vão sentir o maior reflexo da falta de vagas para o ensino médio em
2016, segundo o relatório. São Félix do Xingu e Santana do Araguaia são os
casos mais graves. Almeirim, Afuá, Breu Branco, Chaves, Ipixuna do Pará,
Ulianópolis, Portel e Rurópolis também apresentaram alto índice de déficit de
salas de aula. Quase todos os municípios do Marajó têm carência no ensino
médio.
Para avaliar a
disponibilidade de vagas, o TCU fez uma projeção da quantidade de jovens que
estarão na faixa etária de 15 a 17 anos em 2016 e comparou com a infraestrutura
predial (número de escolas) atual e chegou ao déficit de salas de aula para
atender esses jovens.
O Índice de
Desenvolvimento da Educação básica (Ideb), que mede a qualidade do aprendizado
nacional a cada dois anos, revela que o Pará nunca conseguiu ultrapassar as
metas. Os alunos da rede estadual de ensino do Pará, da 8ª série ao 9º ano,
foram reprovados nas três últimas avaliações do Ideb, ou seja, não conseguiram
atingir as metas nem em 2007, 2009 e 2011. Os da 3ª série do ensino médio
tiveram média inferior em 2011, tanto com relação ao que foi projetado quanto
em relação ao índice de 2009.
OBRAS NÃO REALIZADAS
131 referentes a cobertura
de quadras
79 destinadas a construção
de quadras
OBRAS PARALISADAS
17 para ampliação espaços
educacionais (urbanos e rurais)
9 de reforma ou ampliação
de escolas estaduais
15 para a construção de
novas escolas
10 ligadas ao programa
Brasil Profissionalizado
Fonte/Foto: Diário
do Pará/z fioravante
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