‘NÃO VAMOS MORRER’, DISSE PAI AO FILHO EM NOITE À DERIVA NO RIO AMAZONAS
Eles ficaram cerca de 15 horas à deriva após naufrágio
de embarcação.
Para sobrevivente, tragédia reforçou importância do
uso de colete salva-vidas.
O pescador Fabiano de
Souza Albarado, de 33 anos, contou em entrevista à TV Tapajós como ele e o
filho Samuel Lucas, de 6 anos, sobreviveram cerca de 15 horas à deriva no Rio
Amazonas, em Monte Alegre, oeste do Pará. A noite sem dormir e sem comer, a
espera de socorro junto ao filho foi difícil. Eles tiveram que enfrentar o medo
e o suportar o frio. “Ele dizia ‘ papai eu não quero morrer’ eu dizia pra ele
‘meu filho, você não vai morrer, nós não vamos morrer’, acalmando. Ele é um
guerreiro”, relatou.
Pai e filho (foto) sobreviveram
ao naufrágio de uma bajara, que aconteceu durante um temporal por volta de
15h30 de segunda-feira (21), enquanto atravessavam o rio com a mudança da
família. Segundo Fabiano, eles ficaram a noite toda à deriva agarrados apenas a
uma tampa de isopor. Por causa da escuridão, as embarcações que passavam por
eles não ajudaram. Eles foram localizados por um pescador às 6h da manhã desta
terça (22), próximo ao município de Prainha, também no oeste paraense.
“De longe eu escutei a
zoada de uma rabeta. O motor veio se aproximando e quando eu avistei eu fiquei
em pé dentro da embarcação que naufragou e chamei eles, que ficaram meio
assustados, eu acho que pensando que seria até ladrão. Aí o menino [Samuel] se
levantou e eles viram que eu estava com
criança e chegaram lá comigo e eu contei a situação pra eles e imediatamente me
ajudaram e levaram para om município de Prainha”, descreveu o sobrevivente.
A maior preocupação de
Fabiano era com o filho. Ele tinha medo de enfrentar um novo temporal com a
criança dentro da água. “Fiquei com medo de duas coisas. Do lloyd [navio] e do
temporal. Até que do lloyd a gente poderia até escapar, mas do temporal não”.
Para Fabiano, a tragédia
reforçou a necessidade do uso de colete salva-vidas. “Quando esse pessoal da
capitania vem, muito de nós, muitas das vezes até eu ficava com raiva. É muito
difícil você ver alguma pessoa nesse rio passar com colete salva-vidas, só lembra
do colete quando acontece isso que aconteceu comigo e eu não desejo isso para
ninguém”, concluiu.
Samuel ficou abalado com a
experiência e com dificuldade para se alimentar. Ele está sendo acompanhado por
uma psicóloga e aos poucos retorna a sua rotina.
Fonte/Foto:
g1.globo.com - colaborou Josiane Freitas, da TV Tapajós
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