CRÔNICA DO MONTE JÚNIOR

MANÉ GARRINCHA, PRIMEIRO MINISTRO DO BRASIL

Com a renúncia de Jânio Quadros em agosto de 1961, o Brasil ficou bagunçado politicamente. Desde então passaram a gerenciar o país ilustres desconhecidos, alguns com obscuras intenções. Ranieri Mazzilli, Brochado da Rocha,Tancredo Neves e muitos militares administraram o país, sempre com o objetivo de não deixar o vice presidente João Goulart assumir a sua função constitucional.
Quando a crise ficou insustentável e começou a amadurecer a ideia do plebiscito, isto já no ano de 1962, faltou pessoa qualificada para assumir a função de primeiro ministro até que fosse votada a consulta popular.
No ano de 1962, o Brasil tinha vencido a Copa do Mundo, o futebol brasileiro estava em alta e os heróis nacionais eram, sem dúvida, os jogadores bi campeões .
Não havia no cenário nacional pessoa que fosse motivo de credibilidade. No dia 02 de agosto de 1962, em uma das tensas  reuniões do Congresso Nacional para superar a crise, o senador gaúcho do PSD  Mem de  Azambuja Sá, homem de um discurso envolvente, pediu a palavra e indicou uma pessoa inquestionável, inigualável,insuperável, uma unanimidade nacional que iria acalmar os ânimos, iria montar um gabinete coeso, republicano, competente e que tiraria o Brasil do terrível atoleiro onde se encontrava ... O nome do cidadão: MANÉ GARRINCHA !
Não foi sequer indicado pelo nome original, foi o apelido mesmo... primeiro ministro MANÉ GARRINCHA! 
Todos os presentes ficaram calados... Um silêncio perturbador tomou conta da maior casa legislativa do país. Os deputados e senadores refletiram... Teríamos um primeiro ministro do povo! Homem humilde e bom de bola !
A proposta seria colocada em votação, mas antes alguém teria que ir a Pau Grande, cidade do estado do Rio de Janeiro, perguntar a Garrincha se ele aceitaria a indicação.
Consultado seu grande amigo NILTON SANTOS, este desmobilizou os politicos...: MANÉ estava muito envolvido com seus passarinhos e descansando da maratona que foi a Copa do Mundo.
Por pouco o Brasil não teve MANÉ GARRINCHA como Primeiro Ministro; nossa história hoje seria bem diferente e melhor!


*Dr. Antonio Monte Júnior é natural de Nhamundá-AM, onde reside. É advogado, por formação, e atua em todo o Amazonas. Além de cronista, articulista e poeta, lógico. Publica suas crônicas e artigos regularmente em <amazôni@contece>.


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