CELPA PEDE REAJUSTE SUPERIOR A 37% NA CONTA DE LUZ DO PARAENSE
Valor foi enviado para
Aneel em julho e será avaliado em agosto.
Concessionária diz que
setor energético está em crise por seca no sudeste.
Se
depender da Rede Celpa, o consumidor do Pará irá pagar bem mais caro na conta
de luz em 2014: a concessionária de energia enviou um pedido para a Agência
Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) no dia 7 de julho requisitando que a
cobrança pelo fornecimento de energia tenha reajuste de 37,07% no estado. De
acordo com a Celpa, o custo de geração de energia teve um aumento significativo
por conta do baixo volume de chuvas no sudeste do Brasil: a maior parte do
aumento seria para arcar com estes custos, sendo que apenas 6,16% ficaria com a
empresa para investimentos em melhoria e expansão do sistema.
Nem
a proximidade do consumidor com a Hidrelétrica de Tucuruí ou a construção de
Belo Monte, no rio Xingu, servem para diminuir o valor cobrado: em nota, a
Celpa diz que não adquire a energia diretamente das usinas do Pará. A
legislação não permite que a Celpa compre energia diretamente do fornecedor -
assim, como toda concessionária, ela precisa comprar força em leilões
organizados pelo governo.
Como
os reservatórios do sul do país estão secos e a produção é interligada através
do Operador Nacional do Sistema (ONS), o Brasil precisa compensa a baixa
produção hidrelétrica com usinas térmicas, que tem custo de produção mais
elevado em comparação a fontes limpas.
De
acordo com a Aneel, a agência irá avaliar os pedidos de reajuste das
concessionárias no dia 5 de agosto. Caso seja aprovado, o aumento solicitado
pela Celpa valerá a partir do dia 7, e já poderá ser percebido pelos
consumidores na conta de luz de setembro.
Líder em reclamações
A
cobrança da conta de luz é uma dor de cabeça constante para os paraenses.
Segundo o Procon, o órgão recebeu 1.457 reclamações de consumidores entre
janeiro e julho de 2014 - destas, 717 foram contra a Rede Celpa (veja vídeo ao
lado). As principais queixas são relacionadas a cobranças indevidas, abusivas e
de pessoas de baixa renda, que deveriam pagar menos do que o valor cobrado.
A
dona de casa Maria José Gomes da Silva mora no bairro do Benguí, em Belém. Em
casa, tem apenas um ventilador, uma televisão e poucos pontos de luz. A
cobrança, que sempre varia entre R$ 70 e R$ 150, chegou a R$ 5.304 no mês de
fevereiro. "Eu não vou pagar porque não tenho condição", disse a
aposentada.
De
acordo com os moradores do Benguí, a cobrança seria devido a um erro que ainda
não foi corrigido. "A Celpa compareceu, mas não fez o serviço correto. As
pessoas não tem a mínima condição de pagar os valores abusivos que a Celpa está
mandando para as residências", disse Mauro Lima.
Sobre
a qualidade do serviço, a Celpa disse que
tem um plano de investimento em curso e busca melhorar continuamente o
fornecimento de energia elétrica e o atendimento aos mais de 2 milhões de
clientes.
Fonte/Foto: G1 PA
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