CARTA-APELO DE UM FARENSE AO PAPA FRANCISCO
MEU APELO AO PAPA
FRANCISCO
Paulo, seu pai e um de seus filhos. |
De: Paulo Di Faro – Faro/PA
Para:
Papa Francisco – Vaticano/Roma – Itália
Faro-PA, 02 de julho de 2014.
Caro Papa,
Em qualquer sociedade pagamos um preço pelo progresso
e desenvolvimento. Em alguns casos, aceitamos pagar esse preço pois entendemos
que sem sacrifício próprio não teremos benefícios comunitários.
Partindo desse princípio, quero mostrar a meus amigos,
conterrâneos, internautas, e ao nosso Papa Francisco (quem me dera ter essa
graça), que tiverem acesso a esta
publicação, o preço que estamos pagando pelo “progresso” de nossa “querida
Faro”. Há alguns meses, em nosso bairro (Morumbi-Faro/PA), começou a extração
de terra e piçarra para abrir novas ruas e assim também proporcionar novas
moradias à população; até ai nada contra. Entretanto, aproveitando que nossa
vizinha Nhamundá/AM está construindo uma orla fluvial, nossa terra e piçarra
estão sendo levadas para lá, no objetivo de ajudar no aterramento da referida
obra. Até então, nada contra.
Local de onde está sendo retirada a terra. |
Acontece, meus amigos, que estou sentindo na pele, no
bolso, e, principalmente na saúde, o preço que tenho que pagar pelo famigerado
progresso (veja a foto). Mas não posso
ser egoísta, ao ponto de dizer que o “privilégio” e só meu: não! Na mesma
situação se encontram dezenas de outras famílias.
Um certo domingo, acordei por volta das oito horas da
manhã, e às nove tive que sair de casa, pois as caçambas estavam a todo vapor e, para não atrapalhar, resolvi almoçar fora
com minha família. Fomos para a estrada e retornamos às nove da noite; e ,por
incrível que pareça, as caçambas ainda estavam a todo vapor; infelizmente tive
que “chutar o pau da barraca” e atrapalhar, pelo menos por hora, nosso
“progresso”. Me desculpem, mas foi um momento de descontrole emocional, pois,
quem me conhece sabe o quão pacífico sou.
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Caminhão caçamba passando defronte à casa de Paulo |
No dia seguinte, resolvi procurar nossos
representantes no Legislativo e contar-lhes o acontecido; recebi como resposta
que iriam convidar o encarregado da empresa para tentar uma solução para o
caso; sugeri, ainda, a utilização de um carro pipa para molhar a poeira, na intenção
de amenizar o caos. Mas nossos representantes foram mais contundentes: disseram
que, se não fossem atendidos, iriam paralisar a retirada do aterro.
Saí com a alma lavada, me sentindo respaldado pelos legítimos
representantes do povo... Mas, como
alegria de pobre dura pouco, a empresa deu um tempo até tudo se acalmar e
retornou com suas máquinas e tudo o que tem direito; mais ainda, com a
conivência e silêncio de todos, para minha tristeza e decepção, pois acreditei
que tinha eleito os melhores para me representar.
Aí, pensei: só me resta apelar para a justiça e
provocar o Ministério Público. Agora, não tem saída para eles: ou param a
retirada ou irão todos para o banco dos réus. Mas, o problema é que sou
otimista demais, insisto em remar contra a maré, esqueci por instantes que o MP
é ausente em nosso município; quando o representante aparece é nas carreiras,
mal dá tempo para ouvir um ou outro, de uma fila interminável de pequenos e
grandes causas.
É por isso, Papa Francisco, que resolvi apelar à Sua
Santidade. Acho que como torcedor, tem todo o direito de torcer pelos
“Hermanos”, mas interferir naquela bola do atacante suíço, no final do segundo
tempo da prorrogação vai além do aceitável.
Entretanto, sou brasileiro e como o seu superior
“Deus” tem nos ajudado, não posso criticá-lo. Peço-lhe tão somente, que fale
com “ELE” para mandar uma chuva uma vez ou outra aqui para meu bairro.
Sua benção e um abraço fraterno.
Paulo Di Faro.
OBS: Paulo Di Faro ainda não recebeu uma resposta formal de Papa Francisco. Mas, abaixo, a reação do Sumo Pontífice ao terminar de ler sua carta.
Fonte/Fotos: Paulo Di Faro - <amazôni@contece>//Paulo Di
Faro – z fioravante
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