PARÁ: COUTO DISPUTARÁ VAGA NA CONVENÇÃO COM JATENE
A crise interna que há
meses vinha se desenhando no PSDB - partido do governador Simão Jatene -
atingiu seu ápice. A legenda está oficialmente rachada após o senador tucano
Mário Couto anunciar que abrirá mão de concorrer à reeleição. Em vez de tentar
voltar ao Senado, Couto irá para a convenção bater chapa com Jatene na disputa
pela vaga de candidato ao governo.
O anúncio foi feito na
tarde de ontem, na sede do diretório estadual do PSDB em Belém. Acompanhado do
advogado Sábato Rossetti, o senador oficializou, ao partido, a decisão. “Ele
(Couto) reúne todas as condições de elegibilidade, é líder do PSDB no Congresso
e, portanto, tem todo o direito de ir para convenção (disputar a candidatura ao
governo)”, disse Sábato. “Eu estarei na convenção batendo chapa com Simão
Jatene. Aquele que tiver mais votos dos convencionais será o candidato do
PSDB”, anunciou o senador.
A decisão de Couto é o
capítulo mais tenso da novela tucana que já teve direito a traições, aceno de
reconciliações, discussões acaloradas que quase terminaram em agressão física
e, agora, chega ao rompimento público.
Jatene e Couto começaram a
se estranhar desde que o governador começou a emitir sinais de que apoiaria
mais de um candidato da base aliada na disputa ao Senado o que, na prática,
colocaria em jogo a reeleição do senador, já que neste ano há apenas uma vaga
em disputa. Couto, que esperava ser o único candidato ao Senado na coligação
encabeçada pelo PSDB, se viu às voltas com o apoio de Jatene ao vice-governador
Helenilson Pontes, seu preferido à disputa.
BRIGA
O ponto alto da briga foi
em uma reunião no escritório do senador Fernando Flexa Ribeiro, presidente
estadual do PSDB. Couto que não havia sido convidado, chegou de surpresa, bateu
boca com Jatene e chegou a avançar para cima do governador, sendo contido pelos
presentes.
Nos últimos dias, ainda
com esperança de que o governador voltasse atrás, o senador manteve-se em
silêncio e chegou a afirmar aos jornalistas que o procuraram que a situação
estava em vias de ser pacificada, mas diante do avanço de Pontes sobre suas
bases eleitorais, resolveu partir para o tudo ou nada.
“Já trabalhei muito pelo
partido e, neste momento, tudo o que preciso é de uma vaga para disputar o
Senado. Mas através do seu governador, ele diz que tem que ter mais de um
candidato para garantir um tempo maior de televisão. E o que vai sobrar para o
candidato do PSDB (ao Senado)?
Apenas um minuto de
palanque eletrônico. Se eu não tenho condições porque não me querem dar a vaga,
tenho direito de ser candidato ao governo”, explicou o senador, que fez os
cálculos da divisão do tempo na propaganda eleitoral e concluiu que, com mais
de um candidato na base aliada ficaria com pouco tempo para a campanha. “Mal
poderei dizer ‘meu nome é Enéas’”, brincou se referindo ao candidato, à
presidência que ficou famoso pelas frases rápidas que proferia na TV.
Fonte/Foto:
Diário On Line


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