CRÔNICA DO MONTE JÚNIOR
JÚLIO CÉSAR É ATINGIDO POR
TRÊS DISPAROS E MORRE NA ENTRADA DO SENADO ROMANO.
Nos anos 80 existiu em
Manaus um curso pré-vestibular - Curso Camões -
um grupo espetacular de professores que prepararam pelo menos duas
gerações de profissionais que estão espalhados pelo Brasil a dentro.
A história desses
professores e a interação com os alunos está no livro que será lançado ainda neste ano de 2014. Muito
bom.
Havia na sede do curso
estabelecida na rua Barroso, centro de Manaus, uma sala de aula chamada “Vivaldão”
... Muito grande, ali ficavam sentados
cerca de 300 alunos que assistiam às aulas em perfeita ordem. Contrariando a
ideia de que sala de aula com muitos alunos é improdutiva, os professores
camonianos faziam muito bem o trabalho e os resultados nos vestibulares eram
excelentes!
A disciplina HISTÓRIA era
ministrada por um professor que impressionava pela pedagogia. Fazia os alunos
pensarem, sobre os fatos históricos sem
ficar somente na narrativa. Era uma aula assistida com muita atenção. Na sala
existia um tablado que ficava bem acima da plateia, de modo que a figura do
professor tinha destaque e isso permitia que ele trabalhasse para que todos
vissem bem sua figura.
Certo dia, o professor de
História, assumiu o tablado para uma aula na turma matutina, pessoal muito
exigente. Ministraria aula sobre a queda
da República Romana... Ele, bastante compenetrado, disse:
“Vou fazer uma reportagem dos últimos momentos da vida
de Julio Cesar e em seguida vamos aos motivos da morte do ditador e a queda da
República dirigida por ele... Eram 20 horas... hora de Roma, quando Julio Cesar
subiu as escadas do senado romano. Usava a inconfundível túnica branca com
adereços grená. Ao chegar fora recepcionado por alguns dos senadores que faziam
parte do conselho que era dirigido por ele; entre tais, Caio Longino Cassio,
Marco Tito Labiento. Era na verdade uma cilada ... ao passar pelo terceiro portal
do senado, eis que surge à sua frente, Marco Junio Bruto, muito amigo de Julio
Cesar. Este esboçou um sorriso, porém Marco Bruto sacou de sua túnica uma arma
e PÁ... PÁ... PÁ.. ! Em minutos Julio Cesar estava saído quase morto no chão do
senado romano ... Ainda teve condições de falar a frase...TU QUOQUE, BRUTE,
FILII MEI?”
A sala ficou em silêncio
por alguns minutos, e uma aluna daquelas CDF, levantou a mão e indagou
timidamente: “Mestre naquele tempo já
existia revólver?”
O professor saindo do
transe da narrativa rebateu perguntando...
“Quem falou em arma de fogo aqui?
A menina argumentou: “Mas o senhor falou PÁ... PÁ.. PÁ.. ?! “
Disse o professor, jogando
a galera contra a colega... “ISSO É ARMA
DE FOGO?”
Toda a sala respondeu: “NAAAAÃO ! “
A aluna calou-se e a aula
continuou.
Para a própria história do
Curso Camões ficou registrado que foram três disparos que mataram Julio Cesar
na noite de 15 de março de 44 A.C.
A aluna hoje é uma
destacada médica pediatra em Manaus e em todos os encontros com o professor o
som do PÁ... PÁ... PÁ.. é lembrado aos risos... Grande Curso Camões !
*Dr. Antonio Monte Júnior é natural de
Nhamundá-AM, onde reside. É advogado, por formação, e atua em todo o Amazonas.
Além de cronista, articulista e poeta, lógico. Publica suas crônicas
regularmente em <amazôni@contece>.
Um comentário:
Fui um dos canonianos e com certeza foi esse espetacular cursinho que me ajudou no preparo para o vestibular na federal do Amazonas, bons tempos!!! Saudade daqueles professores maravilhosos que tanto nos ajudaram. Hoje sou medica neonatologista e a partir daquele momento não parei mais de estudar.
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