CRÔNICA DO MONTE JÚNIOR

É com muito prazer que, a partir de hoje, <amazôni@contece> passa a contar com a colaboração de Antonio Clementino do Monte Júnior*, que nos brindará com suas crônicas e artigos sobre assuntos e temas variados, com os quais certamente enriquecerá o conteúdo de nosso blog. Para iniciar sua colaboração, ele mesmo escolheu a crônica abaixo, com a qual foi premiado no ano passado. 

O BEIJA FLOR E O CORVO
De onde surge a mentira? Ou melhor: quando ela se estrutura?
Difícil afirmar, pois a palavra mentira está amaldiçoada desde o início dos tempos.
Mesmo assim poderei passar como mentiroso. Mas vamos lá, eu encaro.
Abro nesta manhã a janela de meu quaro, uma janela ampla que descortina um céu e umas folhagens verdes que balançam quase silenciosas no ritmo lendo do vento, nenhum barulho, só o cantar do passaredo que não tem compromisso com nada, apenas com Deus e com a natureza. Aliás, estou em Nhamundá.
Mas inesperadamente assume na janela onde estou debruçado um ou uma beija-flor!
Imponente ele ou ela demonstrando uma incrível capacidade de exibição, para por segundos diante de mim como se me desejasse um bom dia e entrou altivo ou altiva no meu quarto, deu uns minutos de espetáculo e foi embora sem se despedir.
Imediatamente lembrei de EDGAR ALAN POE, que foi visitado certo dia na janela de seu quarto por um CORVO que talqualmente (obrigado José Cândido de Carvalho) se apresentou a ele com altivez, nobreza e bastante intimidade.
A diferença é que daquele fato com Edgar, fez nascer um poema histórico - O CORVO.
Intrigado e pensativo, deixei a janela e fui tomar um banho nas águas do rio Nhamundá, que estão calmas, plácidas e mornas.
Alguém que ler isto, vai perguntar: sim e daí?
Respondo, não sei, mas por alguns momento vivi a sensação que viveu um dos maiores poetas da humanidade, só isto já é muito..
Ah ! quanto ao beija-flor, ele ou ela, certamente terei outras visitas, assim como o corvo.

*Dr. Antonio Monte Júnior é natural de Nhamundá-AM, onde reside. É advogado, por formação, e atua em todo o Amazonas. Além de cronista, articulista e poeta, lógico.


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