XVIII FESTIVAL AMAZONAS DE ÓPERA: MÚSICA BRASILEIRA DOS SÉCULOS XIX E XX SÃO DESTAQUES NO V RECITAL BRADESCO
“É o melhor compositor
brasileiro desconhecido”, brinca o barítono Homero Velho (foto acima), que atuou como mestre
de cerimônias no V Recital Bradesco, realizado na noite desta segunda, 19, no
Teatro da Instalação.
A sessão, dedicada à
música brasileira, integrou a programação do XVIII Festival Amazonas de Ópera,
evento realizado pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de
Cultura.
Homero também interpretou
os ciclos de canções “Trovas Alagoanas”, “Trovas Capixabas” e “Cantigas do Amor
Existencial”, este associado à fase de inspiração “esotérica” do maestro
carioca.
“Não há como caracterizar,
numa única definição, a obra de Guerra-Peixe, pois ele experimentou com as
diversas vertentes musicais: música folclórica, dodecafonismo (sistema de
composição em que se usam os 12 tons da escala cromática), música tonal”,
explica Homero.
Intérprete da canção “Ê
Boi”, a meiossoprano Andréia Souza destaca a intensa preparação técnica que a
composição exige. “Ela representa o mais alto nível da produção de
Guerra-Peixe”, diz.
CEM ANOS DE BOA MÚSICA
A breve homenagem encerrou
o programa que abrangeu um século de canção clássica brasileira (final do
século XIX ao final do XX). Andréia abriu o espetáculo com “Lua Branca”, da
compositora, pianista e regente Chiquinha Gonzaga (1847-1935).
Em contraponto ao
romantismo da canção, parte do repertório cantado pelo baixo Murilo Neves
baseou-se em temas sombrios e melancólicos, como “Dentro da Noite”, “Serenata”,
de Lorenzo Fernandez (1897-1948) e “Oração ao Diabo”, de Alberto Nepomuceno
(1864-1920), considerado o pai do nacionalismo na música clássica brasileira.
“Para Nepomuceno, a língua
portuguesa era tão digna de ser cantada quanto a alemã, por exemplo”, ressalta
Homero.
Os aspectos da cultura e
do folclore nacionais, por outro lado, também estiveram representados em
sucessos como “Abaluayê”, “Tamba-Tajá”, de Waldemar Henrique (1905-1995), e na
emblemática “Uirapuru”, de Hekel Tavares (1896-1969). Expoente máximo do modernismo
na música brasileira, Heitor Villa-Lobos (1887-1959) foi relembrado na
minimalista “Cantilena”.
Com participação do
pianista Daniel Gonçalves, o V Recital Bradesco apresentou ao público a
produção de uma vertente ainda pouco prestigiada da música clássica, marcada
pela mistura de elementos regionais e técnica erudita.
A série Recitais Bradesco
continua na próxima segunda, 26, às 20h, com apresentação da Classe de Canto da
Casa de Música Ivete Ibiapina. A entrada é gratuita.
Fonte/Foto:
Press Comunicação/Milena di Castro
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