FRANÇA ELOGIA PROFISSIONALISMO DO PARÁ
Governo recebe certificado por erradicar a febre
aftosa no Estado
O Estado do Pará recebeu
ontem o reconhecimento oficial de área 100% livre da febre aftosa, durante a
programação da 82ª Assembleia Geral da Organização Mundial de Saúde Animal
(OIE), na cidade-sede do órgão, em Paris, na França. A entrega ocorreu em
conjunto com outros estados brasileiros que também alcançaram a certificação,
como Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do
Norte.
O diretor geral da
organização, Bernard Vallat, ressaltou que o trabalho desenvolvido pelo Pará é
mais um passo no próximo objetivo brasileiro, que é ter todo o país reconhecido
como área 100% livre da febre aftosa. “Pessoalmente fico muito satisfeito em
estar vivendo este momento da entrega do certificado ao Pará, um Estado onde
fui muito bem recebido e onde pude ver de perto o profissionalismo das ações
desenvolvidas, e que recebe o aval de 178 países que compõem a OIE. Esperamos
que este seja mais um passo para consolidar todo o território brasileiro como
área livre da aftosa”, destacou Vallat.
Ainda na segunda-feira
(26), em encontro na Embaixada do Brasil na França, o governador Simão Jatene,
o ministro da Agricultura, Neri Geller, e a comitiva paraense receberam das
mãos do diretor geral da OIE o certificado com o reconhecimento da organização,
que congrega 178 países. Para Vallat, que ocupa o cargo na OIE desde 2001, foi
visível o esforço do Brasil e do Pará no combate à febre aftosa.
“O Brasil sempre foi um
parceiro, e desde o início do nosso trabalho na OIE, tenho declarado apoio e
reconhecimento à progressiva evolução do Pará na luta contra a febre aftosa e a
busca por novos mercados. Estive no Pará em outras ocasiões e atestei a
seriedade com que o trabalho é feito pelo governo e empreendedores, que
culminou agora com a conquista do certificado”, assegurou Bernard Vallat.
O governador Simão Jatene
agradeceu pelo reconhecimento e reafirmou o compromisso em manter o rebanho do
Estado livre da febre aftosa. “Era um grande desafio conquistar este
certificado, que certamente abre grandes oportunidades para o Estado, com a
conquista de novos mercados. Agora, o desafio imposto é manter o Pará como área
100% livre da febre aftosa. Neste sentido estamos empenhados em colaborar com
Estados vizinhos para que também conquistem o certificado, trazendo benefício e
mais segurança alimentar para toda a região”, enfatizou o governador.
Simão Jatene ainda
destacou o empenho do empresariado e dos órgãos do governo na busca pelo
certificado. “Este foi um trabalho conjunto que certamente não teria êxito se
não contasse com o apoio integral de diferentes esferas, como o governo e os
produtores. A pecuária é uma atividade importante para a economia paraense e
vem se destacando nas ações que promovem o melhor uso das nossas terras,
trabalhando com o conceito de sustentabilidade, algo imprescindível no mundo
atual”, completou o governador do Pará.
O ministro Agricultura e
Pecuária, Neri Geller, que representou a presidente Dilma Rousseff no encontro,
ressaltou a conquista paraense e disse que o país vai reforçar o trabalho de
combate à febre aftosa especialmente nas regiões de fronteira. “A comitiva
paraense aqui representa bem o nosso país. É motivo de muita satisfação para
nós, como brasileiros, ver um esforço reconhecido num setor de importância
ímpar para o Brasil, que tem aspectos envolvidos na esfera social, econômica e
de segurança da alimentação. O Brasil conta com esta colaboração mútua entre os
Estados e irá trabalhar também para ajudar países vizinhos a buscar a
certificação que hoje celebramos aqui”, disse Geller.
O Brasil possui agora 23
estados e o Distrito Federal reconhecidos internacionalmente como livres de
febre aftosa. O próximo passo é alcançar a meta de um país totalmente livre da
doença. Para isso o Ministério da Agricultura faz um trabalho conjunto com os
governos estaduais e iniciativa privada para que Amapá, Roraima e Amazonas
também sejam reconhecidos.
Certificação mundial vai
abrir novos mercados no Brasil e no exterior
Entre outras autoridades
da comitiva paraense também esteve o secretário de Estado de Agricultura,
Andrei Gustavo Castro, o diretor geral da Agência de Defesa Agropecuária
(Adepará), Sálvio Freire, o presidente da União Nacional da Indústria da Carne
(Uniec), Francisco Victer, o ex-diretor da Adepará Mário Moreira e o presidente
da Associação Brasileira dos Exportadores de Carne, Gil Reis, entre outros.
Para Sálvio Freire, a certificação abrirá as portas do mercado para o comércio
nacional e internacional do rebanho paraense e seus produtos e subprodutos,
assim como aumentará a capacidade em favor do agronegócio das plantas
frigoríficas das regiões II e III e Marajó.
Atualmente, segundo o
diretor, a capacidade de abate dessas plantas frigoríficas é superior a quatro
milhões de cabeças. Sálvio lembrou que o reconhecimento internacional trará
muitos benefícios para o setor. Além da abertura do mercado exportador da
carne, frigoríficos localizados em municípios que integram as áreas II e III, a
exemplo de Castanhal, Mãe do Rio, Jacundá, Breu Branco, Santarém e outros,
deixam de ter restrições sanitárias.
O trânsito do boi em pé
também terá redução de restrições, a exemplo do término do período
quarentenário por ocasião do transporte do gado de uma região sanitária para
outra até a chegada aos portos do Pará. Outro item que será beneficiado é o
trânsito do gado paraense para outros estados brasileiros que já possuem a
certificação de livre de febre aftosa, a exemplo de Mato Grosso do Sul, Mato
Grosso, Goiás e Tocantins.
Para o secretário
municipal de agricultura de Capanema e presidente do Sindicato Paraense da
Pecuária de Corte, Nelson de Araújo, a conquista da certificação é motivo de
orgulho e satisfação para produtores e toda sociedade. “É um reconhecimento ao
produtor rural paraense, através da Faepa (Federação da Agricultura e Pecuária
do Pará), uma vez que o empenho em atender as normas sanitárias contribuiu para
o resultado da auditoria feita pela OIE e pelo Ministério. O trabalho
desenvolvido pela Adepará e a presença constante do governador nos momentos
decisivos elevaram o conceito que o nosso Estado conquistou junto à Organização
Mundial da Saúde Animal. O êxito desta conquista trará para o nosso Estado e
para seus produtores resultados que há muito tempo estamos buscando. Nossa
tarefa maior agora é que o Governo e os produtores façam o dever de casa, que é
manter as conquistas”, disse Nelson de Araújo.
A Organização Mundial de
Saúde Animal foi criada em 1924 para combater as enfermidades dos animais em
nível mundial e atualmente conta com 178 países membros, dispõe de escritórios
regionais em todos os continentes e mantém relações permanentes com 45
organizações internacionais. Um dos principais objetivos da Organização é
garantir a transparência da situação sanitária no mundo, assim como a garantia
da segurança sanitária no comércio mundial de animais e seus produtos,
particularmente dos alimentos. As regras internacionais elaboradas pela OIE
protegem os países contra enfermidades e são cumpridas pela Organização Mundial
do Comércio (OMC).
Estado se consolida como o
4o maior do país em exportação de carne
A busca pela mudança de
status sanitário passou por investimentos de diferentes esferas de governo e
dos setores produtivos em torno das ações de defesa agropecuária. Juntos,
produtores e técnicos da defesa agropecuária cumpriram as etapas exigidas pelo
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Dessa forma, os municípios
que integram as áreas II e III, Baixo Amazonas e Marajó tiveram suas propriedades
reconhecidas como livre de febre aftosa.
Até pouco tempo, a
realidade era outra. Em agosto de 2013, após esforço dos governos, veio o
reconhecimento nacional por meio do Ministério da Agricultura. A certificação
nacional credenciou os demais municípios paraenses que integram as regiões
nordeste, Baixo Amazonas e Marajó a buscar o reconhecimento internacional. Até
então, apenas os 44 municípios do sul e sudeste que fazem parte da área I já
tinham o reconhecimento nacional e internacional como livres de febre aftosa,
portanto, somente propriedades rurais desses municípios poderiam comercializar
nacionalmente e exportar o gado para regiões que já possuem a certificação. O
certificado internacional significa um avanço para a pecuária paraense, uma vez
que o Pará detém o quinto maior rebanho do país e ocupa a quarta posição em
produção e exportação de carne.
O reconhecimento, segundo
a Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará), é consequência do resultado
do trabalho executado pela agência, que buscou a mudança sanitária com o
cumprimento de mais de 38 itens de exigências, entre os quais, a realização de
inquéritos sorológicos; serviço veterinário de qualidade; vacinação com níveis
de participação superior a 98%; implantação da Guia de Trânsito Animal (GTA)
eletrônica e online; implantação do Plano de Carreira, Cargos e Remuneração
(PCCR) da Adepará e demais melhorias na logística de trabalho e investimentos
nas ações de defesa da saúde animal.
Fonte/Foto:
ORMNews, com informações da Assessoria de Comunicação da Adepará
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