TEATRO AMAZONAS É DESTAQUE EM JORNAL DOS ESTADOS UNIDOS
Símbolo de uma cidade que
floresceu com a riqueza da borracha, a ponto de trazer companhias e espetáculos
líricos da Europa para o centro da Floresta Amazônica, o Teatro Amazonas (TA)
já há muito tempo ocupa um lugar único no circuito da arte lírica mundial. Não
por acaso, o ícone amazonense foi incluído entre as dez mais belas casas de
ópera do mundo, em lista elaborada pelo jornalista e baixista francês, Antoine
Pecqueur. A seleção do especialista foi divulgada numa reportagem da seção de
Viagens do norte-americano “USA Today”, dias atrás.
“Em Manaus, você está no
coração da Amazônia, e neste lugar você encontra este belíssimo espaço. É
totalmente louco”, declara Pecqueu na reportagem do “USA Today”. A seleção, diz
o texto, reúne os favoritos do jornalista, coautor do livro “As mais belas casas
de ópera do mundo”, publicado no final do ano passado. Veja a reportagem (em
inglês) aqui: http://goo.gl/6h0G0d/.
O TA surge na lista ao
lado de “templos sagrados” da ópera no mundo. Entre eles, o suntuoso Palais
Garnier (França), a arrojada Guangzhou Opera House (China) e o vetusto Teatro
Olimpico de Vicenza (Itália). “Nas principais casas de ópera do mundo, o apelo
não se limita à performance no palco. Os edifícios são obras de arte por eles
mesmos”, diz a reportagem, citando Pecqueu: “São um outro mundo de beleza”.
FONTE DE ORGULHO
A inclusão do TA entre as
principais casas líricas do mundo foi motivo de “orgulho e satisfação” para
Robério Braga, titular da Secretaria de Estado de Cultura (SEC), responsável
pelo teatro. “É o reconhecimento internacional de um trabalho que vem sendo
feito há muito tempo”, declara ele, relembrando o passado centenário do local.
“Houve um gênio chamado Eduardo Ribeiro, que encontrou um projeto de teatro em
escombros e, em quatro anos, fez esse monumento maravilhoso”.
Essa história, prossegue
Braga, continuou com duas restaurações (1974 e 1990) e a revitalização do
espaço a partir de 1997. “Ele adquiriu função dinâmica de hoje, com todas as
artes e a ópera em projeção internacional, já que é um teatro feito para isso”,
diz.
Templo lírico
O reconhecimento orgulha
também a Marcelo de Jesus, maestro e diretor dos Corpos Artísticos da SEC. “O
TA tem um encanto próprio, uma estética particular, que impacta as pessoas de
forma diferente”, opina o regente, que tem o privilégio de ter o teatro como
local de trabalho. “Ficamos anestesiados com a beleza dele por estar lá todo
dia, mas de vez em quando vem um estalo, ‘Opa, estou no Teatro Amazonas’”.
De Jesus conta que se
surpreendeu ao conhecer o interior da cúpula, notando o caráter antigo, quase
rústico, do edifício. E a cúpula justamente é, na visão dele, o que torna o
lugar único no planeta: “Uma cúpula com a bandeira da nação no alto é algo que
nenhum outro teatro no mundo tem. É algo surreal”.
Apogeu e retomada
Surgido no apogeu da
economia da borracha em Manaus, o Teatro Amazonas começou a ser erguido em
1884, de forma lenta, e com maior impulso sob a administração de Eduardo
Ribeiro, até ser inaugurado em 31 de dezembro de 1896. O local se destaca,
entre outras coisas, pela cúpula de telhas vitrificadas coloridas, pelos
diversos ambientes e pelas ricas pinturas.
Com a derrocada da
borracha, as encenações líricas terminaram em 1924, e tiveram um longo hiato
até serem retomadas em 1997. Naquele ano, foi fundada a orquestra Amazonas
Filarmônica. Além de programação diversa ao longo do ano, o TA abriga o
Festival Amazonas de Ópera, que inicia a sua 18ª edição no próximo dia 19 de
abril.
Fonte/Foto:
Jony Clay Borges – acrítica.uol.com.br/Euzivaldo Queiroz
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