MAIORES FRIGORÍFICOS DIVULGAM AÇÕES PARA EVITAR COMPRA DE CARNE DA AMAZÔNIA

O Ibama embargou 2.500 hectares de áreas de floresta ilegalmente desmatadas para pecuária na região de Novo Progresso, no oeste do Pará, desde o início da Operação Onda Verde. Uma das ações ilegais foi flagrada por agentes a apenas dois quilômetros da Terra Indígena do Baú, no Distrito de Castelo dos Sonho - cerca de R$ 7 milhões em multas já foram aplicadas pelo órgão Leia mais Leonardo Tomaz/Ibama/Divulgação
Os três maiores frigoríficos do país - JBS, Marfrig e Minerva - divulgaram seus esforços para eliminar a compra de carne proveniente de gado que causa desmatamento da Amazônia, inclusive de suas cadeias de fornecimento, nesta terça-feira (1).
Pelo chamado Acordo de Gado, os frigoríficos se comprometem a não comprar carne de fazendas que desmataram a floresta Amazônica a partir de outubro de 2009, que usam mão de obra análoga à escrava ou que estão dentro de Terras Indígenas ou Unidades de Conservação.
Segundo as empresas de auditorias, os três frigoríficos apresentaram sistemas eficazes de bloqueio de fornecedores que não cumprem os critérios do acordo. JBS (que possui a Seara e a Friboi), Marfrig e Minerva registraram baixo nível de não-conformidade - menos de 1% em todos os critérios.
"Ao implementarem mecanismos de controle do desmatamento para fazendas fornecedoras localizadas na Amazônia, os frigoríficos assumem sua responsabilidade em deixar concretamente de comprar carne de quem destrói as florestas", diz Adriana Charoux, ativista do Greenpeace.
A JBS informa ter 50% dos seus fornecedores com mapa georeferenciado. Em seu plano de trabalho está a meta de atingir 100% de propriedades cadastradas com mapas até final de 2014. A empresa também compromete-se em não comprar de fazendas sem mapa a partir de 31 de dezembro de 2014.
A Marfrig informa ter atingido 98% de fornecedores com mapas e a meta é de completar 100% de fornecedores com mapa até final de 2014. Já a Minerva informa ter 43,4% de fornecedores com mapa e apresenta em seu plano de trabalho a meta de  atingir 100% de fornecedores com mapa até 31 dez de 2016 (considerando que a regulamentação do CAR nacional ocorra em 2014).
O acordo
Os relatórios compartilhados com o público baseiam-se em um Termo de Referência único para as três empresas, dando a auditores externos total acesso aos seus registros de compra. O Termo também requer uma amostra considerável para exemplificação. O novo protocolo padroniza o processo, facilitando a análise dos resultados por qualquer pessoa interessada.
"A eficácia dos sistemas de controle internos adotados pelos três frigoríficos só foi possível porque as empresas conseguiram um elevado percentual de fazendas fornecedoras georeferenciadas", explica Adriana.
"Isso evidencia a necessidade de o governo federal acelerar a implementação do SICAR (Sistema Nacional do Cadastro Ambiental Rural), dando escala ao monitoramento efetivo das dinâmicas do desmatamento em todas as cadeias produtivas operando na Amazônia, sejam elas grandes ou pequenas. O combate ao desmatamento não pode depender apenas da boa vontade de empresas. Deve ser uma política pública promovida por todos os níveis do governo", completou.
"Os gigantes da pecuária assumiram sua responsabilidade para tirar o desmatamento de sua cadeia produtiva. Agora é preciso que outros frigoríficos, compradores diretos e grandes redes de supermercados se juntem ao compromisso público de gado. O governo também precisa fazer sua parte, acelerando a implementação do cadastro das propriedades (CAR), com coragem, e sem sucumbir à pressão dos grandes que, mais uma vez, querem manobrar e levar a melhor - sobre os pequenos e sobre todos os brasileiros", conclui Adriana.

Fonte/Foto: noticias.uol.com.br

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