INSTITUTO DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DO AMAZONAS NO RESGATE DE VIDAS
O beija-flor Manoel foi separado de sua mãe e por pouco não morreu |
Em treze meses, 479 animais silvestres fadados a
morrer, receberam uma nova chance de vida com a ajuda do Ipaam
Manoel é menor que o dedo
mindinho, de aparência frágil requer cuidados redobrados, mas apesar do
tamanho, tem o poder de encantar quem o vê. Separado da mãe, por pouco não
morreu antes de conhecer o mundo e realizar o seu propósito. Recebeu uma nova
vida e está prestes a partir a para liberdade está cada vez mais forte.
Ele faz companhia para
Hermínia. De comportamento tímido aparenta ser mais forte, mas precisa de
atenção constante para ser aquecida.
Manoel é um filhote de
beija-flor e Hermínia um filhote de jabuti. Ambos estão entre as várias
espécies que foram resgatadas pala Gerência de Fauna (GFAU) do Instituto de
Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) e estavam fadados a morrer caso não
recebessem ajuda. A GFAU começou a funcionar em janeiro do ano passado e num
intervalo de treze meses garantiu a 479 animais uma nova chance de viver. Em
2013 foram resgatados 272 animais e somente de janeiro deste ano até 31 de
março foram 207 animais, sendo que 90% do total resgatado recebe tratamento
veterinário e após os cuidados são devolvidos à natureza.
Diariamente são recebidas
de seis a oito solicitações de resgate não importa se é dia, noite ou final de
semana. Destas, quatro ou cinco são atendidas e as demais recebem orientações
por telefone. A maior demanda de resgate é da capital e da região
metropolitana. Mas desde o começo do ano o resgate foi ampliado também para o
interior do Estado.
Entre as espécies
resgatadas estão macacos, filhote de onça, peixe-boi, iguana, jacaré, tamanduá,
beijar-flor, gaviões, preguiça real, anta, entre outras. Contudo, jiboias e
jacarés ainda são os recordistas. Cada animal resgatado tem uma história, seja
de separação da mãe ou da agressão humana. Até uma coruja com filhote da
espécie Lophostrix cristata, considerada raríssima por ser encontrada apenas na
região Norte e com poucos avistamentos foi resgata pelo GFAU. Outra raridade é
o Guácharo, pássaro característico da Venezuela e sem registro de presença da
espécie no Amazonas.
Os resgates de filhotes de
peixe-boi estão entre os mais comoventes. Somente este ano, três filhotes
fadados a morrer caso não tivessem o apoio de biólogos e veterinários, chegaram
a Manaus. No último dia 26, por exemplo, um filhote de peixe-boi foi resgatado
da comunidade Dominguinhos, em Caapiranga, a 145 quilômetros de Manaus. O
filhote foi levado no mesmo dia que chegou à capital para o Instituto Nacional
de Pesquisas da Amazônia (Inpa). O outro animal veio da comunidade Nova
Jerusalém, em Beruri, a 170 quilômetros da capital. Ele ficou preso a uma rede de
pesca. O terceiro foi resgatado no município de Manacapuru.
Vítimas da violência
humana
Animais passam até por
cirurgia, mas muitos ficam com sequelas e não conseguem voltar à natureza
Muitos animais feridos ou
mutilados são resgatados em função da violência humana. Alguns precisam passar
até por cirurgia para pleitear uma chance de serem devolvidos à natureza. A
maioria é vitima de violência de pessoas e chegam ao Centro de Triagem de Animais
Silvestres (Cetas), no Refúgio Sauim Castanheiras, na Zona Leste amputados,
cegos ou com a asa quebrada. Pássaros, macacos e jacarés são as principais
vítimas de crianças e adolescentes que utlizam o estilingue (baladeira). Eles
necessitam de monitoramento durante 24 horas devido aos ferimentos.
Os animais feridos e os
filhotes são levados para o Cetas, numa parceria que nunca antes existiu, mas
que deu certo desde o ano passado entre o Ipaam, Secretaria Municipal de Meio
Ambiente e Sustentabilidade (Semmas) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Renováveis (Ibama).
De acordo com o presidente
do Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas (IPAAM), Antônio
Ademir Stroski, a compra de material de expediente do Ipaam mudou drasticamente
e passaram a adquirir remédios como antibióticos e alimentação para os animais.
“Tivemos que aumentar nosso leque de material de consumo”, disse.
Ele ressaltou que a ideia
é descentralizar a gerência de fauna para o interior devido as distâncias. Ele
explica que muitas solicitações surgem do interior e são necessárias
verdadeiras operações com uma logística difícil para resgatar os animais. Um
filhote de peixe-boi, por exemplo, é trazido para Manaus em um barco de recreio
e só deve chegar em dez dias.
Fonte/Foto:
Florêncio Mesquita – acrítica.uol.com.br
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