NO PA, MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA TERÃO ACESSO A ‘BOTÃO DO PÂNICO’
Polícia receberá sinal de equipamento através de GPS.
Dispositivo de segurança será disponibilizado a partir
do próximo mês.
No Pará, mulheres que são
vítimas da violência por parte de seus companheiros ou ex companheiros passarão
a contar uma importante ferramenta no auxílio à sua segurança: o "botão do
pânico". O dispositivo será lançado em Belém nesta terça-feira (25), como
parte de um projeto piloto realizado pelo Tribunal de Justiça do Pará (TJPA) em
parceria com a Prefeitura de Belém.
Com o suporte do
equipamento, que deve entrar em funcionamento a partir do próximo mês, a
expectativa é que sejam reduzidos os altos índices de violência contra a mulher
registrados na capital. Só no primeiro trimestre deste ano, a Delegacia da
Mulher já registrou 3.000 ocorrências, um número elevado se comparado aos 6.689
casos contabilizados durante 2013 e aos 6.542 registros feitos em 2012 apenas
em Belém.
A princípio, o equipamento
será distribuído para mulheres que foram vítimas de casos extremos, como
tentativa de homicídio e lesão corporal grave, com reincidência do agressor, e
que estão sob medida protetiva na 1ª, 2ª e 3ª Varas de Violência Doméstica e
Familiar Contra a Mulher. O botão pode ser acionado se houver descumprimento da
medida protetiva por parte do agressor.
“O juiz, ao analisar o
pedido de medida protetiva, vai verificar o histórico e ver se realmente a
mulher precisa de um resguardo maior. São os casos onde a mulher tem que ser
fiscalizada. A essas situações, será indicado o uso do botão do pânico. O
número de mulheres que usarão esse botão dependerá desses critérios”, explica
Rubilene Rosário, juíza auxiliar da Coordenadoria Estadual de Combate à
Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, do TJE.
Como funciona
O botão do pânico é um
dispositivo eletrônico de segurança preventiva que conta com GPS e gravação de
áudio. Quando o botão é pressionado, a central de monitoramento recebe um
chamado. Assim, através do GPS, a central aciona a polícia, que imediatamente
seguirá até o local onde a vítima se encontra. Além disso, toda a conversa
gravada poderá ser utilizada como prova judicial contra o agressor.
A central de monitoramento
será gerenciada pela Prefeitura e a informação com a localização exata da
vítima será enviada à Guarda Municipal, para que um carro da Patrulha Maria da
Penha seja enviado imediatamente ao local onde esteja ocorrendo o fato.
O aparelho vem ainda junto
com um cinto, que pode ser acoplado por debaixo da roupa, tanto na cintura
quanto em qualquer outro local do corpo. O botão, além de ter sistema de GPS,
conta ainda com um dispositivo que avisa a central de monitoramento quando a
usuária não utilizar o carregador do equipamento. Ou seja, quando o botão ficar
sem bateria, uma mensagem é imediatamente enviada ao contato telefônico da
mulher que está sob esse tipo de proteção. Caso ela não entre em contato ou não
carregue a bateria após três mensagens de aviso, uma viatura é acionada até a
residência dela, para que a situação seja analisada.
O Botão do Pânico foi
criado pelo Instituto Nacional de Tecnologia Preventiva em parceria com o
Tribunal de Justiça do Espírito Santo e foi o ganhador do Prêmio Innovare. Após
ser apresentado no Fórum Nacional de Juízes de Violência Doméstica e Familiar
contra a Mulher, em Vitória (ES), foi introduzido também no Paraná e agora no
Estado do Pará.
Em dezembro de 2013, o
projeto de lei nº 6.895 foi criado pelo deputado federal Gonzaga Patriota para
tornar obrigatório o fornecimento do botão do pânico para as mulheres em
situação de risco. Porém, antes mesmo da aprovação da lei, Belém já estará com
o botão na prática. A previsão é de que, após o lançamento do projeto, em aproximadamente
dois meses os botões já devam ser encaminhados às mulheres que correm perigo.
Fonte/Foto: G1 PA/Vitor Jubini


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