JOVENS SANTARENAS CRIAM CAMISETAS INSPIRADAS NA CULTURA REGIONAL
Amigas
criaram a marca Tupiniquim Girl em 2013 com peças feitas de artigos regionais.
Média é de 100 camisetas produzidas a cada 15 dias.
Se para muitas pessoas a moda é usar roupas com
marcas nacionais e internacionais, duas amigas descobriram que a cultura local
também pode ser tão estilosa quanto. Inspiradas nas peculiaridades da Amazônia,
especificamente de Santarém, oeste do Pará, a designer de moda Christiana
Valente e a empresária Aline Coelho, mostraram que tem potencial e muita
criatividade para ganhar espaço no mercado da moda.
A ideia surgiu com poucas pretensões. Em 2012, as
sócias se juntaram e confeccionaram vinte blusas, a primeira a ser produzida
possuía um desenho de cocar de índio, colocaram em exposição em uma rede social
na internet e, em menos de 24 horas, todos os modelos foram vendidos. O
interesse das pessoas empolgou as meninas que, em outubro de 2013, resolveram
investir. oi então que criaram a marca Tupiniquim Girl.
Segundo a sócia Aline Coelho, o nome da marca
identifica exatamente o que elas têm como foco, que é disseminar a cultura da
região pelo país. “É um nome chave e sintetiza muito a essência do que a gente
quer passar nas nossas roupas. Apesar da gente usar o Girl em inglês, queremos
justamente atrelar a globalização da moda, mas mostrar que podemos ser fashion
e descolados com características próprias. E, recentemente, eu estava em Manaus
e encontrei uma garota com a nossa camisa, e o mais incrível é que é um produto
genuinamente santareno, pensado por santarenas, feito por santarenas”, diz,
contente pelos resultados.
Em média, são confeccionadas 100 camisetas a cada
15 dias. Aline explica que elas partem do pressuposto que moda é criação, por
isso, todos os modelos são diferentes, possuindo apenas cinco réplicas de cada
estampa.
Os desenhos são feitos por Christiana Valente, que
é santarena, mas mora em Blumenau, Santa Catarina, e faz especialização em
modelagem na cidade de Pomerode (SC). Ela ressalta que os modelos são uma forma
de levar a cultura paraense de uma forma divertida. “Quando a gente sai de Santarém a gente sempre ouve:
‘Ah, meu Deus você veio de tão longe’, e fazem aquelas brincadeirinhas com o Norte, então nas
estampas eu tento mostrar que a gente
valoriza a nossa origem, e que a origem indígena não é motivo de vergonha, que
podemos levar com humor e que temos orgulho”, enfatiza.
Os modelos possuem citações de letras de carimbó,
desenhos de índios, pinturas que lembram as feitas pelos povos indígenas, como
a ‘Ready for War’, que significa: ‘Preparado para guerra’, uma associação dos
traços indígenas com a maquiagem feminina. “O bacana do inglês é porque se
torna uma coisa mais global. Pessoas que viajam e podem usar em todo o mundo”,
defende Christiana.
Atualmente, as vendas são realizadas somente online
e as roupas são confeccionadas em Santa Catarina. Os preços variam de R$ 39 a
R$ 49. Elas se impressionam a cada dia
com a conquista de novos clientes. Pessoas de vários locais do país veem os
produtos nas páginas das redes sociais e entram em contato de outros estados. A
marca não venceu, mas já foi classificada em um concurso com características
brasileiras. O próximo passo é instalar o estabelecimento em Santarém, ampliar
a confecção com infantil e masculina e, depois, ganhar o mundo.
Fonte/Foto:
Karla Lima – G1 Santarém/Divulgação
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