FORMAÇÃO DE QUADRILHA: MPE PEDE AFASTAMENTO DE 7 VEREADORES DE ITUPIRANGA-PA
O Ministério Público do
Estado do Pará, através do promotor de Justiça de Itupiranga Arlindo Jorge
Cabral Júnior, ofereceu no último dia 11, denúncia contra sete vereadores da
Câmara Municipal por formação de organização criminosa e fraude e pede o
afastamento desses membros da Casa Legislativa. O gerente do Banco do Estado do
Pará (Banpará) Otávio da SIlva Lopes também responderá pelos mesmo crimes. Os acusados são os
vereadores Nilton Moura Araújo, Raimundo Costa Oliveira, Jailton Santos da
Silva, Derimar Ferreira da Silva, Raimundo Nonato Almeida Meireles, Jhonnatan
Baima Vasconcelos e Izaías Pereira Alves.
A referida organização
criminosa possuía como chefes e organizadores os vereadores Nilton Araújo,
Jhonnatan Vasconcelos, Derimar da Silva e Izaías Alves.
O CRIME: Em 7 de fevereiro
de 2013, os vereadores Nilton, Izaías, Derimar e Jhonnatan procuraram a tesoureira
da Câmara dos vereadores de Itupiranga, Maria Aparecida Cosme Maracaipe, com o
intuito de concluir empréstimos fraudulentos no Banpará em nome de três
servidores da Câmara (Cícero, Luciana e José Valmeri).
Os vereadores alegaram que
estariam com problemas financeiros, por isso os empréstimos. Como os três
servidores não possuíam crédito suficiente para o empréstimo de alto valor, o
gerente do Banpará Otávio Lopes orientou que fossem feitas declarações falsas
sobre o valor do salário dos servidores da câmara. Otávio aconselhou também que
o valor do salário dos três servidores anteriormente citados poderia ser
preenchido em R$2.100,00, então aceito pela tesoureira Maria Maracaipe que
procedeu com a fraude.
Como os pagamentos dos
servidores municipais são realizados no próprio Banpará, não se justificava a
estipulação do valor acima pelo gerente, uma vez que o mesmo sabia exatamente
quanto ganhavam cada um dos servidores “laranjas” do esquema
O promotor de Justiça
Arlindo Junior concluiu que todos respondem por formação de organização
criminosa. Durante as investigações foi notado que os servidores ‘laranjas’
tiveram “temor reverencial sofrido pelos servidores que não viram outra opção
senão cumprir as determinações de seus superiores (…) considerados meras
vítimas de todo o esquema”.
O valor total dos três
empréstimos contraídos foi de R$24.810,00, nos quais os valores das parcelas da
dívida junto ao banco seriam pagas mediante a emissão mensal de diárias, em
sistema de rodízio pelos gabinetes dos vereadores envolvidos no esquema
fraudulento. As falsas diárias eram justificadas como se decorrentes de viagens
à Belém, a serviço da câmara de vereadores.
DENÚNCIA: O Ministério
Público pede à Justiça que seja determinado o imediato afastamento dos cargos
públicos ocupados por todos os denunciados, a quebra de sigilo bancário, fiscal
e de dados dos acusados e o bloqueio cautelar de quaisquer contas correntes,
poupanças, fundos de investimentos ou ações dos denunciados. A promotoria quer,
ainda, que seja determinado ao Banpará a imediata suspensão da cobrança dos
valores referentes aos três empréstimos.
Devem ser colhidos os
depoimentos das testemunhas Maria Aparecida Cosme Maracaípe, Luciana Gomes
Vieira, José Neto de Figueiredo e Valmeri Ribeiro Araújo.
“Os indícios de
materialidade e a autoria do delito estão não somente evidentes, mas
efetivamente comprovados, por farta documentação, assim como os depoimentos das
próprias vítimas da organização criminosa”, explica o promotor de Justiça
Arlindo Cabral.
Nota da redação: Essa situação acontece em
várias Câmaras Municipais do Pará, em especial na região Oeste.
Fonte:
Ascom/MPE
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