FARO-PA: EM SESSÃO TENSA, VEREADORES DECLARAM-SE CONTRA A APROVAÇÃO DE PROJETO DE LEI ENVIADO PELO EXECUTIVO
Com a presença maciça da
população, a Câmara Municipal de Faro realizou na sexta feira, 21 de março,
sessão ordinária marcada pela tensão, provocada pela possibilidade de ser
aprovado pelos vereadores o Projeto de Lei nº 007/2014, datado de 25 de
fevereiro do corrente ano, enviado àquela Casa pela prefeita Marinete Machado.
A mesa foi presidida pelo
vereador Francivaldo da Silveira Melo Feijó, tendo Roberto Derlesson Guerreiro
Freire (Pacu) e José Maria Gato Gonçalves (Dez Pau) como secretários. Presentes
os vereadores Dr. Paulo Roberto Ferreira, Socorro Siqueira, Jones Guerreiro,
Ademir Barbosa Guimarães (Filhão) e a recém empossada vereadora Josenilda da
Silva Machado. Único ausente, vereador Francisco Paulo Duque Menezes (Teco).
No dia anterior, o
SINDFARO, sindicato que congrega servidores públicos municipais, realizou
reunião emergencial visando conclamar a presença de toda a população nessa
sessão da Câmara, como forma de pressionar os edís a refutarem esse projeto.
O conteúdo do projeto em
questão revoga a Lei Municipal nº 58/1997, que institui o Plano de Carreira,
Cargos e Salários do quadro de pessoal da prefeitura municipal, e a prefeita
justifica esse projeto como forma de “administrar os recursos públicos de forma
descentralizada e participativa com a população farense, possibilitando a
manutenção e permanência de alguns postos de trabalho”, ou seja: caso o
Legislativo não acate tal projeto, far-se-ia necessário o corte no quadro
funcional da prefeitura. Afirma, ainda, que sua aprovação “daria condições de
governabilidade aos princípios basilares orçamentários e financeiros do
município”.
O SINDFARO discorda, e em
resposta enviou ao Presidente da Câmara Municipal, vereador Francivaldo Feijó,
o ofício nº 008/2014, onde cita reivindicações protocoladas anteriormente junto
à prefeitura nas quais solicita a minuta do Plano de Carreira, Cargos,
Remuneração e Valorização do Magistério, para estudos técnicos contábeis e
jurídicos, assim como o referente ao da Saúde e demais servidores. Tais
reivindicações não obtiveram, segundo o SINDFARO, nenhuma resposta, a não ser o
envio, por parte do Executivo, do Projeto de Lei em questão à Câmara Municipal.
Estaria em jogo, na visão
do sindicato, a estabilidade financeira garantida pela Constituição Federal
(Artigo 7º, inciso IV) a TODOS os trabalhadores.
Note-se, também, que a
aprovação desse Projeto de Lei fere, inclusive, os direitos adquiridos pelos
servidores, por estarem em vigência há mais de dez anos.
Seriam extintos, se
aprovado o proposto, entre outros, os
direitos dos servidores ao adicional noturno, gratificação de nível superior e
gratificação de representação de serviços.
Alegando
irregularidade na numeração do Projeto, os vereadores presentes acharam mais
adequado reenviar o mesmo ao Executivo, para que proceda à sua regularização,
retornando à pauta da Câmara em sua próxima sessão, marcada para a sexta feira
próxima, 28/03 – talvez como uma manobra para postergar sua votação; os
servidores, através de seu sindicato, esperam que os vereadores analisem com
bastante seriedade o atual momento e posicionem-se ao lado daqueles que os
elegeram – não só por esse fato em sí, mas também por considerar-se que está em
jogo a estabilidade financeira garantida pela Constituição Federal (Artigo 7º,
inciso IV) a TODOS os trabalhadores.
Ao
fazerem uso da palavra no Grande Expediente da sessão, todos os vereadores,
porém, anteciparam a declaração de seus votos: votarão, segundo eles, CONTRA a
sua aprovação, impondo, assim, uma derrota ao Executivo.
A ameaça aos direitos já
adquiridos pelos servidores públicos municipais continua VIVA, tendo sido
sòmente adiada a sua extinção, que é a atitude esperada por toda a população
dos senhores vereadores.
Em resumo, a sessão
realizada ontem foi, de fato, tensa, com duras acusações ao Executivo, proferidas
por vários vereadores, vindo a comprovar a tese de que os representantes do
povo, eleitos para fiscalizar os atos do Executivo, estão conscientizando-se de
que a população aparentemente acorda para
a dura realidade atual do município.
Mas, como afirmado acima,
a ameaça VIVE!
Fonte/Fotos:
<amazôni@contece>/z fioravante
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