PREFEITURAS DA REGIÃO OESTE DO PARÁ NA MIRA DA POLÍCIA FEDERAL
Manoel Trindade (foto), presidente do STR de Monte
Alegre, prestou depoimento na Polícia Federal
A verba repassada pelo
Governo Federal as prefeitura de todo o Brasil no final de cada ano, para ser
aplicada na área de saúde e combate a endemias virou motivo de questionamentos
em Santarém e demais cidades da região Oeste do Pará. Somente no ano passado o
Fundo Nacional de Saúde (FNS) repassou mais de R$ 243 milhões como incentivo
adicional ao Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS).
Investigações de órgãos de
segurança dão conta de que a verba federal repassada às prefeituras municipais
deveria, por sua vez, ser destinada aos Agentes Comunitários de Saúde (ACS).
Cada Prefeitura do Brasil recebe o valor especifico e repassa da maneira que
achar melhor para atender a categoria e a saúde pública.
No entanto, começam a
engrossar nos anais do Ministério Público Federal (MPF), Polícia Federal e
outras instâncias jurídicas denúncias de ações ilegais de algumas prefeituras,
que, segundo eles, utilizam essa verba para a obtenção de vantagens políticas
ou mesmo privilégios eleitorais.
O presidente do Sindicato
dos Trabalhadores Rurais do Município de Monte Alegre, Manoel Trindade esteve
em Santarém na semana passada, atendendo a um chamado da Polícia Federal, que
investiga denúncia formulada pelos agentes de saúde daquele Município que não
recebem o adicional desde 2009, quando foi instituído.
Muitas controvérsias
preenchem o assunto relacionado a essa verba relativo à utilização desse
dinheiro, popularmente chamado de 14º salário, atualmente no valor de R$
950,00. Entretanto, o coordenador administrativo do Programa Agente
Comunitários de Saúde em Santarém (PACS), Evaldo Ferreira, afirma que é
exatamente por conta disso que as prefeituras não estão repassando, sob
alegação de que não está claro para que exatamente deva ser utilizada essa
verba.
“Todos sabem o trabalho de
atenção básica executado pelos agentes. Esse dinheiro pode ser utilizado para
compra de materiais e equipamentos que irão fortalecer o trabalho dos agentes,
mas pode ser também utilizado particularmente por cada um. De qualquer maneira
é um incentivo que o governo está dando para melhorar o nosso trabalho, mas que
não está sendo respeitado pelos municípios”, explica. Disse ainda que a
prefeitura de Santarém nunca pagou o adicional. E vem embolsando a verba desde
que o programa foi criado.
Não apenas nos municípios
de Santarém e Monte Alegre, mas em todos os outros da região Oeste do Pará não
se têm notícias que as prefeituras tenham feito tal repasse, cabendo aos
Ministérios Públicos se posicionarem diante disso, além dos Tribunais de Contas.
PREOCUPAÇÃO
Diante do problema e com a
chegada do período chuvoso (inverno amazônico), há uma preocupação por parte da
Divisão de Vigilância em Saúde (Divisa). “Considerando que Santarém é um
Município de risco até pela infraestrutura que temos muito ruim, com uma coleta
de lixo deficiente, então, tudo isso poderia ter encaminhado à população no
sentido de um surto de Dengue, mas o Prefeito foi muito feliz quando convocou o
restante dos agentes de endemias que haviam feito o concurso público”, comenta
o coordenador da Divisa, João Alberto Coelho.
Hoje, segundo ele, a
Divisa está com apenas 99 agentes de endemias em campo, atendendo a zona urbana
e algumas comunidades do interior de Santarém, entre elas, Alter do Chão,
Cipoal e Boa Esperança. Porém, os casos registrados de Dengue são inferiores ao
mesmo período do ano passado.
“Esse está sendo o grande
diferencial, porque até hoje temos apenas 03 casos confirmados de Dengue em
laboratório, desde janeiro deste ano. Existem 120 casos notificados, mas são
pessoas que vão com vômito, diarréia e dor de cabeça ao PSM, mas que após serem
submetidas a exames não evoluem para Dengue”, explica.
EXPECTATIVA
De acordo com João
Alberto, o ano já está se aproximando do mês de março e, que a Divisa está na
expectativa de serem confirmados poucos casos de Dengue, no período invernoso
de 2014. No mesmo período do ano passado, João lembra que a Divisa já havia
registrado 100 casos positivos, mas para ele, o número de agentes de endemias
deveria ser maior.
“Para atender a zona
urbana os 99 agentes são suficientes, mas a zona rural é totalmente impossível.
Temos agentes na zona urbana e, em alguns distritos. Nas demais comunidades não
têm, porque seriam necessários mais de 300 agentes de endemias para contemplar
todas essas comunidades”, diz João, ressaltando que quando acontece um surto em
uma dessas comunidades, a Divisa direciona ações para o local. “Com um grupo
fazemos uma visita de eliminação de focos. Andamos de casa em casa eliminando
os focos do mosquito da Dengue”, conclui.
Fonte/Foto:
RG 15/O Impacto
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