PARÁ: SERVIDORES PARALISAM NO DIA 13 E PODEM ENTRAR EM GREVE
A Federação dos Servidores
Públicos do Estado do Pará (FSPEPA) reuniu, na tarde de ontem, com 17 entidades
sindicais e ficou definido que no dia 13 de fevereiro, quinta-feira, haverá uma
grande paralisação do funcionalismo público estadual para exigir a anulação dos
decretos 945/2014, que proíbe a implementação de novos Planos de Cargos,
Carreiras e Remuneração (PCCR); e 954/2014, que determina a suspensão de
concessão e pagamento de Gratificação por Tempo Integral (GTI) e Gratificação
de Serviço Extraordinário (hora-extra) aos servidores públicos estaduais.
A movimentação deve
iniciar às 8h, na Praça do Operário, em São Brás, e segue rumo ao Centro
Integrado de Governo (CIG), em Nazaré, onde os manifestantes esperam ser
recebidos pelo governador do Estado, Simão Jatene. Desde já, eles avisam que se
o governo não recuar, será deliberada, em assembleia, uma greve geral no Estado
por tempo indeterminado.
“Queremos que o governador
nos receba porque a secretária de Administração, Alice Viana, não resolve nada,
ela é apenas porta-voz. Exigimos a anulação dos decretos porque eles
simplesmente anulam qualquer avanço de negociação salarial entre servidores e
Governo do Estado”, justifica o presidente da federação, Valdo Martins.
“Estamos próximos da
data-base, que é em abril, e se o governo já está fazendo isso desde agora para
conter despesas, nosso medo é que eles sequer queiram repor as perdas pela
inflação do ano, em torno dos 6%. E não queremos só essa reposição, queremos
ganho real também. Embora o governador diga que esses decretos atingem apenas
uma parte do funcionalismo, e já são cerca de 4.800 penalizados por essas
decisões, à medida em que é decidido pela proibição de implementação de PCCR,
todos os mais de 11 mil servidores são prejudicados”, explica.
Mobilização
A partir de hoje, os
sindicatos envolvidos, que são da área da saúde
(dentre eles o Sindicato
dos Trabalhadores na Saúde do Estado do Pará), da educação (dentre eles o
Sindicato de Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Pará), do poder
Judiciário, do setor agropecuário, da segurança, do Legislativo, e ainda as
centrais sindicais, devem começar a convocação para a movimentação, que se dará
também por meio de uma carta de repúdio ao Governo do Estado que está em
elaboração.
“Nós não vamos arredar o
pé. Se o governo não recuar, vamos fazer assembleia geral e deliberar greve em
todo o Estado”, alerta Valdo.
Trabalhadores ocuparam a direção do Detran
Cerca de 200 servidores do
Departamento de Trânsito do Estado do Pará (Detran) ocuparam, ontem, a direção
do órgão na tentativa de reunir com o diretor geral, Agostinho Soares, para
discutir reivindicações que incluem a implementação do PCCR e do adicional de
risco de vida aos salários, ambas já aprovadas em forma de lei na Assembleia
Legislativa (AL).
“A movimentação foi
pacífica, mas ele não nos recebeu. Hoje tentaremos de novo, a partir das 8h, e,
dependendo do que ocorrer, poderemos obstruir uma das vias da Augusto
Montenegro junto com a Fasepa (Fundação de Atendimento Socioeducativo do Pará)
e com a Seduc(Secretaria de Estado de Educação), que nos convidaram a
participar da manifestação que eles farão também hoje”, adianta o presidente do
Sindicato dos Servidores (Sindetran), Élisson Oliveira.
Segundo o sindicalista, as
leis foram aprovadas ainda no fiM de 2013, mas até agora não foram cumpridas.
“A folha de fevereiro já fechou e nada foi incorporado”, garante Élisson.
“Tentamos no mês passado uma audiência com o diretor, com ofício protocolado.
Esperamos duas semanas e, no dia da reunião, ele pediu para remarcar. Esperamos
mais sete dias e nada. Por isso fizemos a ocupação, porque queremos tratar
desses assuntos e também de outros, como o corte das gratificações, que
prejudicam pelo menos 500 servidores do Detran, e ainda sobre uma determinação
que veio da Prefeitura de Belém para que agentes do departamento fiquem à
disposição para orientações no BRT. A direção acatou, mas nós não estamos
cumprindo porque já temos pouco efetivo para nossas próprias operações, não
temos como dar conta de algo que os agentes municipais deveriam fazer”, relata.
Ele afirma que o corte das
horas extras já tEm efeito dentro das agências do órgão. “Os efetivos estão
fechando as portas ao meio-dia, como fizemos segunda, terça e quarta, que é
para dar tempo de sair pontualmente às 14h. Se nos próximos dias o funcionamento
for normal, é porque os comissionados estão fazendo os atendimentos”, avisa.
Sintepp
Os trabalhadores em
educação da rede estadual de ensino se reuniram, também ontem, no Centro de
Ciências Naturais e Tecnológicas da Universidade do Estado do Pará (CCNT/Uepa)
para debater e analisar os parâmetros delimitadores da pauta social, econômica
e pedagógica da educação pública no Pará.
Durante o encontro, foi
gerada uma pauta inicial para 2014 com 16 demandas, incluindo o cumprimento dos
acordos feitos entre governo e categoria que culminou no encerramento da greve
de quase dois meses dos professores no segundo semestre de 2013.
“Há três projetos de lei
na AL, o que regulamenta o Some (Sistema de Organização Modular de Ensino), a
eleição direta para diretores das escolas, e a jornada de trabalho. Na
quarta-feira, dia 12, iremos à Assembleia conversar com os líderes das bancadas
com o intuito de sensibilizá-los para a discussão e votação dessas demandas”,
relata Matheus Ferreira, um dos coordenadores do Sintepp.
Resposta
Em nota, a Sead informou
que durante reunião com o governo na última quarta-feira, na sede da Sead,
“todas as entidades sindicais ali representadas receberam dados que comprovaram
a política de remuneração estabelecida pelo Governo do Pará ao longo desse
período, que proporcionou um crescimento salarial aos servidores públicos
estaduais de 48% desde o início da gestão, enquanto a inflação do período foi
próxima de 19%, aumentando a folha de pagamento de R$ 4,8 bilhões em 2010 para
R$ 7, bilhões em 2013 entre ativos e inativos, e saltando a remuneração média
do funcionalismo público de R$ 2 mil para R$ 4 mil”.
Fonte: Diário
do Pará

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