CPI DE BRASÍLIA QUER SABER POR QUE ADAIL PINHEIRO NÃO FOI DENUNCIADO POR ESTUPRO
Comissão pedirá explicações do TJAM sobre os crimes
dos quais o prefeito de Coari é acusado. Nesta quinta (20), equipe da CPI
retorna ao município para tomar depoimentos.
Manaus - A Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) de Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes
da Câmara dos Deputados pedirá ao Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM)
informações sobre de quais crimes sexuais é acusado o prefeito de Coari, Adail
Pinheiro. A intenção é saber por que na tipificação dos processos, o prefeito
não está enquadrado no Artigo 271-A do Código Penal, que trata do crime de
estupro de vulnerável.
Nesta quinta-feira (20), a
CPI realiza diligência para colher depoimentos em Coari e faz uma audiência
pública na Assembleia Legislativa do Estado (ALE), em Manaus.
O requerimento que será
encaminhado ao TJAM foi apresentado pela relatora da CPI, deputada federal
Liliam Sá (PROS-RJ) e aprovado pelos membros da comissão em Brasília.
De acordo com o secretário
da CPI, Francisco de Assis Diniz, até o final da semana o documento deve ser
encaminhado ao presidente do TJAM, desembargador Ari Moutinho. “A intenção era
fazer a solicitação quando a comissão retornasse ao Amazonas, mas esta semana
foi muito corrida, com uma série de diligências, então iremos encaminhá-lo na
próxima semana”, afirmou o secretário.
Segundo a deputada federal
Liliam Sá, no processo de número 0001707.64.2013-8.04.0000, Adail Pinheiro é
acusado de favorecimento e indução à prostituição, além de manter casa de
outrem e induzir alguém à prostituição. “Pelo que se consta, o senhor Adail não
cometeu estes tipos de crimes e, do jeito que está a denúncia, está caminhando
para que ele saia impune”, avaliou a deputada Lilian Sá, durante reunião na CPI
em Brasília.
Ainda de acordo com a
relatora da comissão, o prefeito de Coari deveria ter sido enquadrado nos
Artigos 217-A, 218-A e 219 do Código Penal que fala de crimes sexuais contra
menores de 14 anos de idade, cujos crimes podem condenar o acusado a 15 anos de
prisão. “Com a resposta do TJAM, iremos procurar o Ministério Público do
Amazonas para saber se foi feita a denúncia por estupro de vulnerável”, frisou.
Diligências
Nesta quinta, a CPI volta
a Coari acompanhada de representantes da Secretaria Nacional de Direitos
Humanos da Presidência da República, do Conselho Nacional dos Direitos da
Criança e do Adolescente e deve encontrar uma cidade com clima tenso. Em duas
semanas, foram registrados dois atentados a pessoas dispostas a colaborar com a
comissão.
Por volta de 19h desta
sexta-feira, a CPI faz uma audiência pública em Manaus na ALE.
Pedido de CPI gera
‘bate-boca’ na Assembleia
A demora na instalação da
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia na Assembleia Legislativa
do Estado (ALE) gerou bate-boca e troca de acusações nesta quarta-feira. Os
deputados estaduais Washington Régis (PMDB) e José Ricardo (PT) trocaram
provocações e tiveram que ser acalmados pelos assessores.
A discussão começou depois
que o deputado Sinésio Campos (PT), da tribuna da Casa, acusou o deputado Luiz
Castro (PPS) de estar tentando se promover politicamente com a instalação da
CPI. Em seguida, José Ricardo saiu em defesa de Luiz Castro e disse que “o
deputado precisa divulgar seu trabalho para a população saber o que o deputado
está fazendo, senão não era preciso TV ALE e informativos”.
Em resposta, Régis disse
que na ALE “se exerce o parlamento diante de trabalho e não de aparecimento
gracioso”. “Vossa Excelência, deputado, tem garganta, mas não tem trabalho”,
disse Régis a José Ricardo.
“Não vou responder porque
o senhor está doente”, rebateu o parlamentar indo em direção de Régis. Em
seguida, fora do microfone, os dois passaram a trocar xingamentos. Régis disse:
“Deixe de ser vagabundo e usar a minha doença como pretexto”. Washington Régis
sofre de uma doença degenerativa que afeta o movimento dos braços.
Procuradoria
O procurador-geral da ALE,
Vander Goés, recebeu nesta quarta-feira o pedido de CPI e disse que tentará
entregar seu parecer até sexta-feira. Pelo Regimento, a procuradoria tem cinco
dias para analisar o pedido.
Defesa pede afastamento
de relator
Os advogados de defesa de
Adail Pinheiro pediram a retirada do desembargador Rafael Romano da relatoria
dos processos envolvendo o prefeito de Coari no Tribunal de Justiça do Amazonas
(TJAM).
O desembargador atua em
dois dos cinco processos relacionados a crimes de exploração sexual de crianças
e adolescentes e favorecimento à prostituição de menores de idade que tramitam
no tribunal.
São três procedimentos que
pedem o afastamento do magistrado do processo: duas Exceções de Impedimento e
uma de Suspeição.
Fonte/Foto: Álisson
Castro - portal@d24am.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário