AMAZONAS: MELO TRAZ UMA VANTAGEM CONSIDERÁVEL, DIZ ESPECIALISTA POLÍTICO
A pouco mais de cinco
meses do encerramento do prazo dado pelo Tribunal Superior Eleitoral às
legendas para definirem por meio das convenções partidárias os nomes que vão
concorrer ao pleito deste ano e a exatos 155 dias para o início da propaganda
eleitoral, cientistas políticos qualificam como atípica a movimentação das
peças principais no grande tabuleiro de xadrez no ano da Copa do Mundo.
O destaque é a acirrada
‘guerra de nervos’ que envolve interesses dos grupos nos bastidores do poder,
tanto na capital quanto no interior, divididos no apoio a José Melo (PROS) e
Eduardo Braga (PMDB), hoje as principais lideranças do Estado e virtuais
candidatos à sucessão do atual governador Omar Aziz (PSD) em 2014.
Para o doutor em ciências
políticas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Sérgio Pontes
Filho, Melo traz uma vantagem considerável em relação aos demais oponentes na
‘corrida’ pela faixa governamental, por estar diretamente ligado, enquanto
vice-governador, à imagem de Aziz, seu parceiro e aliado. Segundo ele, o Estado
passa atualmente por um silencioso período, que antecede a ‘guerra eleitoral’
próxima.
Pontes ressaltou que Melo
simplesmente ‘turbinou’ sua popularidade junto ao eleitorado amazonense e vem
avançando a olhos vistos como o preferido, principalmente no interior do
Estado. Ele ressaltou a trajetória política e administrativa do atual vice-governador
que, segundo ele, não foi ‘corroída’ por escândalos, o que lhe confere uma
vantagem considerável em relação a Braga.
“Diria que Braga tem uma
dura decisão a tomar: se realmente consolidar sua disputa para o governo do
Estado, quem assume em seu lugar é a esposa dele, Sandra Braga, ou é o
empresário Lírio Parisotto, que já apareceu pela segunda vez na lista dos
homens mais ricos do mundo, segundo a revista Forbes. Para ambos os casos de
uma possível substituição, o peemedebista prefere não tecer comentários, pois
sabe que é um dos pontos fracos de sua campanha”, explicou o professor.
Já para o cientista
político Antônio Carlos Ruiz, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), para
‘cair nas graças do povo’, tanto Melo quanto Braga terão de se esforçar para
‘alinhavar’ nomes fortes o suficiente para avançarem na luta pela maior cadeira
na sede do governo estadual. “Dependendo de quais serão esses nomes, o apoio
nos palanques e o tempo de TV, é quase certo que o candidato se torne o franco
favorito em qualquer pleito eleitoral”, ponderou.
Perfis diferenciados
O pleito de 2014 contará
com um maior número de candidatos que podem dificultar a trajetória de alguns
‘preferiti’. Ressentido pelo fato de ter sido atropelado pelo senador Eduardo
Braga, no PMDB, o deputado estadual Chico Preto (PMN), por exemplo, pode
surpreender durante a campanha eleitoral. Nos últimos três meses, a
popularidade do parlamentar cresceu junto ao eleitorado amazonense, fato que, a
exemplo de José Melo, pode turbinar também a sua candidatura ao governo.
Relegado de seu projeto de
disputar o governo pelo PMDB no próximo ano, Chico Preto deixou o partido e
voltou ao PMN criticando todo o grupo político liderado por Braga. “O palanque
apodreceu e não tenho mais espaço no PMDB para disputar o governo estadual”,
alfinetou ele em uma entrevista a uma rádio local, numa clara referência à
cúpula peemedebista que decidiu pela candidatura do senador.
A deputada federal Rebecca
Garcia (PP) é outra virtual candidata ao governo do Estado com boas chances de
surpreender. Seu nome é constantemente lembrado por Melo, quando indagado sobre
possíveis alternativas de escolha para a composição da ‘cabeça de chapa’, como
potencial candidata a vice.
O PT também não descarta o
lançamento de uma candidatura própria nas eleições do próximo ano, segundo
admitiu Valdemir Santana, presidente regional do partido. Como os petistas
estão ‘rachados’ no Amazonas, por ora ainda não se sabe quem deve ser o
pretenso candidato da legenda, mas o deputado federal Francisco Praciano (PT) é
outro nome forte que desponta para disputar o pleito em 2014 e pode ameaçar os
principais adversários durante a campanha eleitoral.
Fonte/Foto:
parintinsamazonas.com.br
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