ONÇA-PRETA É MONITORADA POR INSTITUTO MAMIRAUÁ EM TEFÉ, NO AMAZONAS


Tipo de onça é típico nas florestas tropicais; posição do animal é conhecida a cada dois dias
MANAUS – A famosa onça-pintada, o maior felino das Américas e um dos símbolos das florestas tropicais do continente, não é a única da Amazônia. O animal divide seu reino com a onça-preta, um tipo raro de felino da região. Desde outubro, um macho desta espécie é monitorado pelo Instituto Mamirauá, no município de Tefé (a 523quilômetros da capital).
Segundo um dos responsáveis pela pesquisa, Emiliano Esterci Ramalho, uma fêmea também foi identificada pelas armadilhas fotográficas na mesma trilha em que o macho foi capturado. O principal objetivo do estudo é entender como as onças se comportam e usam o habitat da região quando o nível da água sobe e alaga a floresta.
A onça-preta pertence  à mesma espécie que a onça-pintada mas possui pelagem escura. “Apesar de serem frequentemente confundidas como uma espécie distinta da onça-pintada (Panthera onca), as onças-pretas são, na verdade, indivíduos melânicos de onça-pintada que desenvolvem esta característica por causa de uma mutação [genética]”, disse o pesquisador. Ramalho é responsável pelo projeto que estuda a ecologia da onça-pintada nas florestas inundáveis de várzea da Amazônia.
Coleira GPS
Os pesquisadores do instituto instalaram uma coleira de rádio GPS no animal, após isso, a onça-preta foi devolvida a natureza. A posição do animal é conhecida a cada dois dias. Das 15 onças capturadas desde o início da pesquisa em 2008, apenas uma era onça-preta. O monitoramento vem sendo possível desde outubro, quando o espécime foi capturado em uma das trilhas de pesquisa da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá.
Um total de 30 armadilhas de laço foram utilizadas para capturar as onças-pintadas. As armadilhas foram espalhadas em seis trilhas identificadas como locais de passagem de onças. Durante o período de identificação dos espécimes, a equipe percorria diariamente as trilhas para verificar as armadilhas e se algum animal havia sido capturado. A equipe também avaliava os vestígios da presença de onças-pintadas na área para aproximar as armadilhas dos locais onde elas estavam andando durante a campanha.
“O espécime capturado tem boa condição corporal, dentes brancos e pouco gastos – indicação de que é ainda um animal adulto jovem. Amostras de sangue foram coletadas para avaliar a presença ou não de patógenos, além de outros exames complementares como hemograma e perfil bioquímico para estabelecer o estado de saúde do indivíduo capturado”, afirmou a veterinária Louise Maranhão.
A onça-preta capturada foi o primeiro animal que teve o colar GPS instalado neste período. As atividades serão retomadas em fevereiro, quando pretende-se  instalar mais quatro colares.
Fonte/Foto: portalamazonia.com/Emiliano Ramalho

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