NÃO VAMOS ACABAR COM A DENGUE?
por Sérgio
Vaisman*
Não vamos acabar com a dengue?Após
um período agitado no qual nossas autoridades se mobilizaram de forma tão
intensa para esclarecerem e convencerem a população sobre a GRIPE-A (suína),
continuo perplexo ao constatar que essa doença maldita chamada DENGUE continua
nos ameaçando em todos os cantos deste nosso país. Enquanto se investiram
enormes somas para a aquisição da vacina contra a gripe, mesmo sabendo-se que a
tal propalada GRANDE EPIDEMIA não chegou perto de nós, nada se fez ou se faz
efetivamente para combater esse ridículo mosquito transmissor dessa
subdesenvolvida doença, que pode matar, principalmente agora, com o
reconhecimento do tipo IV mais uma vez entre nós.
Não existe distinção entre
pessoas que moram em áreas periféricas ou em luxuosos edifícios ou casas no que
diz respeito à vulnerabilidade para serem afetadas pela doença. Bastam
condições propícias ao desenvolvimento do mosquito a partir das suas larvas e
pronto! Quem estiver estrategicamente localizado adquire a moléstia e, se tiver
sorte, sofrerá bastante por cerca de uma semana até ficar curado. Entretanto,
outros poderão não ter o mesmo destino e serem vítimas da forma hemorrágica em
edição mais grave, vindo a falecer.
E aí? Se soubermos disto e
nada mais fazemos exceto alertar que os recipientes d’água devem ser esvaziados
para não atraírem o tal mosquito, não é lícito pensarmos que a maneira mais
lógica (e banal) de fazer frente ao inimigo deveria ser um arregaçar de mangas
das autoridades sanitárias para, via mutirão, educar a população de forma
intensiva e, ao mesmo tempo, acabar com os focos utilizando-se todas as
técnicas possíveis para fazê-lo? Infelizmente, todos concordam com isso, mas,
na prática, pouca coisa se faz realmente e, se continuarmos nessa toada, mais e
mais vítimas passarão a engrossar a estatística da dengue no nosso país, que,
diga-se de passagem, orgulha-se de ser olhado por todo o mundo como a Meca das
oportunidades nesses últimos tempos. Mas como nos mostrar sérios como nação se
deixamos a população a descoberto frente a uma doença de terceiro mundo quando
autoridades maiores bradam que estamos prestes a ser modelos de primeiro? Uma
piada, não?
Com tudo isso, levanto uma
dúvida que me tem perturbado: seria mais fácil combatermos a dengue se
tivéssemos que gastar milhões em vacinas, isso se elas existissem? Haveria
pessoas ou grupos interessados em comercializar essas vacinas, promovendo
interesses? Não existem dúvidas quanto à existência daqueles que se beneficiam
com aquisições milionárias de medicações após um teatral movimento gigantesco
que gera pânico na população. Não é mais fácil se instituir práticas higiênicas
como forma de aprendizado a todos os que não tenham esse conceito bem
desenvolvido? No fundo, além de eficaz, esse método é também mais BARATO. O
pior é que o calor vem chegando e esse mosquito tem tudo para se aproveitar
ainda mais dessa condição.
Ah, como seria bom se
fossemos mais sérios!!!
* Sergio Vaisman é médico especialista em Cardiologia
e Nutrologia, formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro.
Fonte:
envolverde.com.br; publicado originalmente no site Mercado Ético.


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