MUNICÍPIOS PARAENSES RECEBEM SEGUNDA PARCELA DO FPM
Quantia tem um total de R$ 4,1 bilhões, que foi
transferida pelo governo às administrações municipais
O governo federal
transferiu ontem às administrações dos municípios paraenses a segunda parcela
do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) no total de R$ 4,1 bilhões. Esse
valor é R$ 538 milhões superior ao montante repassado aos cofres das cidades no
segundo pagamento de janeiro de 2013. A verba depositada ontem corresponde à
segunda sequência de dez dias do mês atual – o segundo decêndio. No primeiro
decêndio de janeiro os municípios do Estado receberam R$ 13,5 milhões. Outro
repasse ainda será feito em alguns dias, completando as três partes às quais
têm direito as prefeituras, em cada mês. A soma distribuída entre todas as
cidades do País, nesse decêndio, foi de R$ 960,6 milhões, já com o desconto do
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação (Fundeb). Em valores brutos, incluindo do Fundeb, o
montante foi de R$ 1,1 bilhão.
Em comparação ao segundo
decêndio de janeiro de 2013, o FPM cresceu 10,5% em termos nominais, sem
considerar a inflação. O valor do 1.º e 2.º decêndios de janeiro de 2014 somam
R$ 4,9 bilhões, enquanto que no mesmo período do ano anterior o acumulado ficou
em R$ 4 bilhões. Em termos reais, o crescimento é de 24,5%. No Pará, a soma dos
dois primeiros decêndios de janeiro de 2014 resultou em R$ 17,6 bilhões, R$ 4
bilhões a mais que em 2013. Esse crescimento é causado principalmente pela
diferenças no cronograma de restituição do Imposto de Renda (IR). De acordo com
a previsão da Secretária do Tesouro Nacional (STN), para o mês de janeiro espera-se
um aumento de 19% em relação ao mês de dezembro. A Confederação Nacional dos
Municípios (CNM) divulgou os números semana passada pela internet.
A Confederação esclareceu
que os valores acumulados nos dois primeiros decêndios não levam em
consideração o repasse extra do dia 9 de janeiro. Este depósito ocorreu
separadamente pois a Receita Federal tem um programa que parcela as dívidas de
vários impostos. Quando a pessoa jurídica ou até mesmo a pessoa física efetua o
pagamento da guia de pagamento do Programa de Recuperação Fiscal (Refis), a
Receita classifica por estimativa a quantia de cada imposto que foi recolhida,
separando o que é IR e Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e efetua
os repasses correspondentes ao FPM.
Os municípios paraenses
receberam R$ 1,5 milhão em extras. Em todo o Brasil o valor extra chegou a R$
341,3 milhões, considerando o desconto do Fundeb. Em valores brutos a quantia
alcançou R$ 436,7 milhões, referentes à classificação por estimativa das
receitas de IR.
O FPM é uma transferência
constitucional da União para os Estados e o Distrito Federal, composto de 22,5%
da arrecadação do IR e do IPI. O dinheiro é repartido entre os municípios
seguindo normas legitimadas legalmente e acompanhadas pelo Tesouro Nacional,
pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e também pela Receita Federal. O cálculo
para chegar aos valores repassados às cidades leva em consideração, entre outras
questões, como a renda per capta, o tamanho e a localização da cidade, a faixa
de habitantes. O resultado da conta gera coeficientes entre os quais são
divididas as cidades e acertadas as somas a serem recebidas por cada
prefeitura.
Os coeficientes variam de
0,6 a 3,6, sempre de 0,2 em 0,2 ponto. Quanto menor o coeficiente, menor a
população. No Pará, a distribuição dos valores variou de R$ 270,4 mil
(coeficiente 0,6) a R$ 1,5 milhão (coeficiente 3,6), em relação ao pagamento da
primeira parcela do FPM. No que diz respeito ao repasse extra, as quantias
variaram entre R$ 30,1 mil (coeficiente 0,6) e R$ 171 mil (coeficiente 3,4)
para as cidades maiores.
Pronta para ser votada proposta que aumenta repasses
do FPM e do FPE
Está pronta para ser
votada no Senado proposta de emenda à Constituição que eleva o montante de
recursos que a União repassa aos Fundos de Participação dos Estados e Distrito
Federal (FPE) e dos Municípios (FPM). O aumento de recursos para esses fundos é
um dos debates mais recorrentes no legislativo.
Autor da proposta (PEC
69/2012), o senador Wilder Morais (DEM-GO) quer elevar de 23,5% para 28,5% a
fatia da arrecadação dos impostos sobre renda (IR) e sobre produtos
industrializados (IPI) destinada hoje aos municípios (FPM). Face a receita
prevista na lei orçamentária de 2014, isso significaria hoje um aporte
adicional de R$18,4 bilhões para as prefeituras. Ao receber a matéria para
relatar, o senador Luiz Henrique (PMDB-SC) optou por um substitutivo que
destina 30% da arrecadação de impostos e contribuições sociais ao FPE e 20% ao
FPM. Ele também insere uma regra de transição no Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias (ADCT), a fim de que essa nova repartição de
recursos seja adotada gradativamente, mediante o acréscimo anual de 1%.
O mesmo substitutivo
amplia a base de recursos que alimentam os fundos constitucionais, incluindo
nela os demais impostos e contribuições sociais, excetuando apenas a
contribuição do INSS. Em consequência, se aprovado o substitutivo, essa nova
base de recursos injetará também dinheiro nos fundos constitucionais de
financiamento das regiões Norte (FNO), Nordeste (FNE) e Centro-Oeste (FCO). Na
opinião de Luiz Henrique, a mudança vai conferir maior estabilidade a esses
fundos, assim como abrandará os efeitos das desonerações tributárias de
impostos compartilhados promovidas hoje pelo governo federal.
Tanto o autor quanto o
relator da matéria entendem que os municípios brasileiros receberam
significativas atribuições na Constituição de 1988, mas não obtiveram a
respectiva contrapartida no aumento de suas receitas. Eles também entendem que
essa situação se agravou com as perdas que esses fundos vêm sofrendo,
especialmente a partir de 2009, com a política de desoneração de impostos.
Fonte:
Portal ORM


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