DEFENSORIA PÚBLICA VOLTA A ATUAR NO INTERIOR DO AM E GARANTE DEFESA CUSTEADA PELO ESTADO
Habitantes de 21 municípios do Amazonas
passarão a ter, pela primeira vez, o direito à advocacia sem custos
Pela
primeira vez, os moradores de 31 municípios do Amazonas contarão com os
serviços de defesa gratuita de, pelo menos, um defensor público. Após 25 anos
de vigência da Constituição Federal, os habitantes destes municípios terão
direito pleno a ampla defesa custeada pelo Estado, assim como prevê a maior
legislação do País.
O
artigo 5º da Constituição Federal garante que todo o cidadão tem direito a
ampla defesa. O assunto é complementado no artigo 134º que instaura o Defensor
Público como o agente designado a defender pessoas que não possuem condições de
pagar um advogado particular.
Na
prática, a legislação exige que o delegado de polícia seja obrigado a comunicar
à Defensoria Pública, no prazo de 24 horas, sobre a prisão de qualquer pessoa.
O direito ao serviço da defensoria garantiria principalmente à população mais
pobre, o auxílio de um advogado no início do inquérito policial, momento onde
geralmente é comum ocorrer erros que levam a injustiças.
No
Amazonas, 60 defensores públicos serão distribuídos em 49 municípios até o fim
deste ano, conforme estimativa da Defensoria Pública do Estado. Ao todo 52
defensores já foram designados a 40 cidades.
Segundo
a assessoria da Defensoria Pública do Estado, as cidades foram escolhidas tendo
como base a taxa do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e de acordo com a
procura dos moradores pelos serviços da defensoria.
Figuram
na lista das cidades que ainda aguardam a designação de um defensor: Canutama,
Carauari, Eirunepé, Envira, Jutaí, Pauini, Santo Antônio do Içá, São Gabriel da
Cachoeira e Tapauá.
Em
anos anteriores, os municípios de Autazes, Careiro da Várzea, Coari, Codajás,
Iranduba, Itacoatiara, Manacapuru, Manicoré, Maués, Nova Olinda do Norte, Novo
Airão, Parintins, Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva, São Gabriel da
Cachoeira, Tabatinga, Tefé, Urucará e Silves tiveram defensores públicos
residentes. Destes, apenas Silves (a 200 quilômetros Manaus) ficou de fora da
nova lista e permanecerá sem um representante da defensoria estadual.
Atendimento
Na
última semana, dois defensores retomaram a atuação do órgão no município de
Manacapuru (a 84 quilômetros de Manaus).
Nayara de Lima Moreira, 27 anos, e Elias Cruz Lima Junior, 26 anos
nasceram em Manaus e foram aprovados no último concurso da Defensoria Pública
em 7º e 9º lugar, respectivamente.
Segundo
dados disponibilizados pelo Mapa da Defensoria Pública do Brasil, apenas 45
milhões de brasileiros têm acesso aos serviços da Defensoria. O serviço é
ausente em 72% das comarcas espalhadas pelo País.
‘Defensoria para Todos’ em votação
Os
deputados federais deverão votar no início deste ano o Projeto de Emenda a
Constituição nº 247 (PEC 247/13) que obriga a União, os Estados e o Distrito
Federal a se organizarem e, em um prazo de oito anos, disponibilizar o serviço
de advocacia gratuito a todos os brasileiros.
Segundo
o projeto, que tramita na Câmara dos Deputados em caráter especial, os
municípios com maiores índices de exclusão social e concentração populacional
deverão ser os primeiros a serem atendidos.
A
proposta prevê que nas comarcas onde atuam um juiz exista pelo menos um defensor para atender e
garantir a defesa da população.
A
PEC aguarda apenas a deliberação do plenário da Casa Legislativa.
À espera da autonomia financeira
A
Defensoria Pública do Amazonas terá autonomia financeira até o fim de 2014. A
promessa foi dita em outubro do ano passado pelo governador Omar Aziz (PSD).
Segundo
a proposta apresentada pelo governador, a Defensoria Pública receberia um
porcentual fixo de repasse orçamentário, como já ocorre com o Tribunal de
Justiça do Amazonas (TJAM), Ministério Público do Amazonas (MPE-AM) e com a
Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM). O valor ainda não foi definido.
Em
dezembro, a Defensoria Pública da União divulgou nota afirmando que o Governo
Federal não cumpriu o repasse previsto e que, com isso, o déficit de 710
profissionais que atenderiam a população.
Nayara de Lima Moreira Defensora Pública
de Manacapuru
A
primeira semana de trabalho da Defensoria em Manacapuru foi bastante
satisfatória. Inauguramos o serviço na quarta-feira e desde então atendemos
oito pessoas que precisavam de auxílio em varas criminais ou da família.
Contamos com dois servidores, cedidos pela Prefeitura por meio de uma parceria
fechada com a Defensoria, que estão sendo treinados em Manaus para melhor
atender a população. O que deu para perceber é que a maioria das pessoas que
procuram nossos serviços são muito carentes. Muitos nos procuraram em busca de
informações porque não sabiam como agir ou quais são os direitos deles
garantidos por lei.
Fonte/Arte: Mariana Lima/Reprodução
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