PESQUISA REVELA QUE PIORES ESTRADAS DO PAÍS ESTÃO NO PARÁ
Confederação Nacional do Transporte mapeou estado de
rodovias no Brasil.
No Pará, 34% das estradas são consideradas péssimas
Uma vez por mês, para
cumprir compromissos de trabalho, o autônomo Paulo Cavalcante faz a viagem por
via terrestre de Belém à Redenção, no sudeste do Pará. Cerca de mil quilômetros
separam as duas cidades, que são ligadas pela BR-155, e para o autônomo, está
cada vez mais complicado passar pela rodovia.
“Todo mês é um sofrimento. A estrada não tem marcação, acostamento,
sinalização, pavimentação, e os assaltos são constantes”, reclama.
A situação descrita pelo
autônomo foi detalhada pela pesquisa da Confederação Nacional do Transporte
(CNT), que apontou que as piores ligações rodoviárias estão no Pará: 34% são
consideradas péssimas e 37,8% foram classificadas como ruins. O G1 tentou
contato com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit),
mas não foi atendido. A Secretaria de Estado de Transportes (Setran) disse que
já tem conhecimento da pesquisa e que irá se pronunciar sobre os dados.
A pesquisa completa,
divulgada na última quinta-feira (31), revelou que as estradas do estado têm as
piores classificações, nos quesitos pavimentação, sinalização e geometria, com
índices que variam entre regular e péssimo. Por exemplo, 49,4% dos pavimentos
são regulares, 46,9% da sinalização é péssima e 50,6% da geometria é péssima.
Dos 2.614 km analisados pela CNT, 1.957 km são de rodovias federais e 657 km
são rodovias estaduais. Na BR-155, a pista, a sinalização e o traçado são
considerados péssimos pela pesquisa.
Paulo Cavalcante descreve
o trecho entre os municípios de Eldorado do Carajás e Xinguara como o que está
em condições mais arriscadas. “Ninguém consegue andar por lá, a estrada é tão
esburacada que um caminhão virou tentando passar pelo local”, conta. Para
evitar prejuízos materiais, ele optou por fazer a viagem de Belém a Redenção de
micro-ônibus ou van. “Ir neste tipo de transporte é pior ainda, porque estão
sempre superlotados, as pessoas vão em pé. Além disso, mercadorias são
transportadas junto com os passageiros, então é tudo bem precário”, diz.
De acordo com a pesquisa,
a pior das ligações rodoviárias é a Belém (PA) – Guaraí (TO), formada pelas
seguintes rodovias: BR-222, PA-150, PA-151, PA-252, PA-287, PA-447, PA-475,
PA-483, TO-336. A pesquisa define ligações como “trechos formados por uma ou
mais rodovias federais ou estaduais pavimentadas, com grande importância
socioeconômica e volume significativo de veículos de cargas e/ou de passageiros,
interligando territórios de uma ou mais Unidades da Federação”.
Pesquisa
A pesquisa feira pela CNT
nas rodovias brasileiras revela que dos 96.714 km analisados, 63,8% apresenta
problemas como buracos, desgaste e sinalização precária. Fazem parte do estudo da CNT toda a malha
federal pavimentada e as principais rodovias estaduais.
Fonte/Foto:
g1.globo.com/Reprodução – TV Liberal
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