FERROVIA AÇAILÂNDIA-BARCARENA: JORDY QUESTIONA QUEBRA DE ACORDO DO GOVERNO
Leia o discurso do deputado Arnaldo Jordy (PPS/PA), na
tribuna da Câmara Federal, feito nesta quarta-feira (06), onde ele questiona a
desistência do governo federal em dar prioridade à licitação da ferrovia
Açailândia-Barcarena.
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados,
No mesmo momento em que Pesquisa
da Confederação Nacional do Transporte de Rodovias 2013 aponta o estado do Pará
como o detentor das piores rodovias do país, lamento o recebimento da
informação de que a presidência da República teria desistido de licitar a
ferrovia Açailândia-Barcarena, que vem a ser um prolongamento da Norte-Sul, em
direção ao Porto de Vila do Conde.
Esperança para um
escoamento mais eficiente tanto da produção mineral, quanto agrícola, e
apontada até então como prioridade para o governo, o projeto do eixo paraense
da Norte-Sul, segundo matéria de O Liberal, deixou de sê-lo em detrimento da
licitação das obras da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico), que vai
da Campinorte (GO) à Lucas do Rio Verde (MT).
O governo federal
promoverá 14 leilões de trechos ferroviários, para onze mil quilômetros de
novas linhas e cerca de noventa e nove bilhões de reais em investimentos
privados. Leilões estes que serão bem vindos. Porém, mesmo com as garantidas
dadas ao governo estadual para a prioridade do trecho que alcançará Barcarena,
o Palácio do Planalto resolveu alterar a ordem do certame, sem explicações
muito sólidas.
Detentor de um dos maiores
polos minerários do mundo, o Pará há muito aguarda pelas novas rotas, que será
utilizada também para transporte de pessoas, produção agrícola e para a
integração do Estado, que possui uma malha viária de apenas 10 mil quilômetros,
sendo que boa parte está em estado péssimo, ruim ou regular, de acordo com
técnicos da CNT.
Empresas do porte da
Votorantim e da Norsk Hydro possuem projetos no Pará que aguardam pelo novo
trecho – o qual anteriormente foi divulgado como o que teria prioridade nos
investimentos -, além da expansão do agronegócio, visando principalmente a
exportação e a geração de mais divisas para o país.
A viabilidade e a
lucratividade do trecho foram reafirmadas pelo secretário de Indústria,
Comércio e Mineração do Pará, David Leal, que refutou com veemência as
desculpas de que o terreno arenoso da Amazônia dificultaria e encareceria o
projeto. Sr. presidente, estes empecilhos estão sendo colocados
irresponsavelmente, e podem causar ainda mais atraso no desenvolvimento de toda
uma região, que para os palácios de Brasília não passa de um almoxarifado a céu
aberto, em detrimento de toda uma população que historicamente vive à margem do
crescimento do país.
Estamos aguardando uma
posição oficial da presidente Dilma, para que a cronologia dos leilões
ferroviários não seja realmente alterada, e que sejam mantidas as garantias já
definidas, de modo que brevemente possamos dar uma nova formatação ao
escoamento da produção do Centro-Norte, toda direcionada para os portos do Sul
e do Sudeste, para Vila do Conde, em Barcarena. É o que desejamos e lutaremos
ao lado do governo do Pará e de nossa bancada.
Era o que tinha a dizer
Sr. Presidente.
Deputado Arnaldo Jordy
Fonte/Foto:
Assessoria de Comunicação - Gabinete Dep. Arnaldo Jordy
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