COSANPA SILENCIA SOBRE PROJETO DE PRIVATIZAÇÃO
O governo do Estado e a
direção da Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) mantêm silêncio sobre o
projeto para privatizar a companhia responsável pela prestação dos serviços de
água e esgoto na Região Metropolitana de Belém. Em mensagem enviada por
celular, a assessoria da empresa declarou que a diretoria da Cosanpa “não vai
se manifestar por enquanto sobre o assunto”.
O andamento de negociações
para repassar os serviços de água e esgoto na capital paraense para a
iniciativa privada vieram à tona graças a uma entrevista concedida na semana
passada pelo presidente da OAS Soluções Ambientais, Louzival Mascarenhas
Júnior, ao jornal Valor Econômico.
Ele informou que a OAS,
braço do grupo Baiano, trabalha em estudos preliminares com vistas a assumir os
serviços em Belém e outras cidades do Estado. Uma das possibilidades é que a
empresa faça a chamada Parceria Público Privado (PPP) com o Estado. Os
investimentos no negócio, segundo informou o executivo, chegariam a R$ 5
bilhões.
No Pará, o assunto não tem
sido tratado publicamente. Embora o governo tenha declarado reiteradas vezes
que não havia intenção de privatizar a Cosanpa, não houve desmentidos oficiais
sobre os estudos da OAS Soluções Ambientais.
Deputados da oposição
devem levar hoje o assunto à tribuna da Assembleia Legislativa (AL). O deputado
Edmilson Rodrigues, do PSol, já anunciou que fará um pedido formal de informações
e não descarta convocar o presidente da empresa para prestar esclarecimentos.
O petista Carlos Bordalo
também defende que o assunto seja tratado publicamente para que a opinião
pública tome conhecimento dos detalhes do projeto, que terá impacto direto
sobre quase 2 milhões de pessoas que são atendidas hoje na Região Metropolitana
de Belém pelos serviços da companhia.
De acordo com a
Constituição, o abastecimento de água e os serviços de esgoto são
responsabilidade dos municípios. Na Região Metropolitana, os serviços foram
concedidos ao Estado, que os executa por meio da Cosanpa. Para que haja a
privatização, será necessário que haja entendimentos entre o governo do Estado
e a prefeitura de Belém.
Fonte/Foto: Diário
do Pará/Ney Marcondes
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